Por proposição do deputado Professor Lemos (PT), a historiadora e feminista Heliana Hementerio, integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná, utilizou a tribuna do Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), no início da sessão plenária desta segunda-feira (21), para falar sobre o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado anualmente no dia 20 de novembro. Durante a apresentação, ela afirmou que os Poderes Públicos ainda precisam ampliar a implementação de políticas públicas específicas para a população negra do Paraná.
“A história do Brasil que se apresenta para crianças, adolescentes e adultos não é verdadeira. E também não é boa para a construção de identidade não só dos negros, como também dos brancos desse país. Se a população branca tivesse o entendimento histórico da construção da sua prática racista, com certeza ela escolheria um outro caminho para se comunicar e para se conduzir num processo de construção de sociedade”, ressaltou Heliana.
Homenagem – Em sua participação a ativista também falou sobre os dez anos da Rede de Mulheres Negras do Paraná, instituição sem fins lucrativos que reivindica a implementação de políticas públicas específicas para a população negra do Paraná e promove a ação política de mulheres negras paranaenses na luta contra o racismo, sexismo, opressão de classe, homofobia, lesbofobia e todas as formas de discriminação.
“Eu acredito na reconstrução desse país. Eu acredito que um dia essa prática racista irá acabar. E se acabar será pela educação. É preciso educar melhor os nossos filhos e netos. São eles que vão nos descender. Caberá a eles darem continuidade à sociedade e nós temos a obrigação de pensar nisso. Senão nós vamos continuar com essa sociedade horrível, com práticas racistas e homofóbicas”, afirmou a historiadora. Após o final de sua apresentação, Heliana recebeu em nome da Rede de Mulheres Negras do Paraná uma menção honrosa concedida pela Assembleia, em homenagem aos dez anos de fundação da instituição.