Arnaldo Faivro Busato, que dá nome à sala de reuniões anexa ao Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, foi uma das mais importantes lideranças políticas do estado nas décadas de 1960 e 1970. Chegou a ter seu nome várias vezes cogitado para a disputa do governo estadual, em função das excelentes gestões que realizou à frente da Secretaria de Estado da Saúde nos governos de Paulo Pimentel e de Jaime Canet Júnior, e de um carisma incomum, que o transformou num verdadeiro campeão de votos.
Nascido em Jaú (SP), formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná em 1957, estabelecendo-se em seguida no município de Clevelândia, no Oeste do Estado, onde foi professor de Inglês, Ciências e Noções de Anatomia, Fisiologia Humana e Higiene no Colégio São Luís e na Escola Normal Madre Maria dos Apóstolos, além de exercer a medicina, tornando-se diretor-clínico do Hospital e Maternidade São Sebastião e médico-chefe da Universidade Sanitária. Indicado sucessor político do sogro, Cândido Machado de Oliveira, líder regional do antigo Partido Democrata Cristão, elegeu-se deputado estadual com a quinta maior votação da eleição de 1962.
Campeão de votos – Na Assembleia Legislativa presidiu e integrou várias comissões técnicas, entre elas a Comissão de Terras, Imigração e Colonização, a Comissão de Finanças, a Comissão de Orçamento e a de Saúde. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965, e posterior implantação do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), pela qual se reelegeu para a Assembleia com a maior votação daquele ano. Continuou a exercer intensa atuação nas comissões técnicas e, em 1968, licenciou-se para assumir a Secretaria de Estado da Saúde durante o governo de Paulo Pimentel. No ano seguinte, respondeu pela Secretaria do Trabalho e Assistência Social.
Em 1970, foi o deputado paranaense mais votado para a Câmara Federal, com 42 mil votos. Era o candidato mais cotado de seu partido para a disputa ao Senado, mas, por motivo de saúde, abdicou da indicação. Na Câmara também integrou e presidiu comissões técnicas, entre elas a Comissão Especial de Reforma da Constituição. Em 1974 voltou a ser cogitado para voos mais ambiciosos, desta feita para o Governo do Estado. Mais uma vez a saúde fragilizada o levou a recusar o convite dos correligionários. Reelegeu-se deputado federal. Licenciou-se para ocupar, de 1975 a 1978, a Secretaria de Estado da Saúde, onde realizou importantes campanhas imunizatórias e ações de grande repercussão na área.
Em 1978 seu nome foi novamente lembrado para a disputa majoritária, mas a saúde – sempre a saúde – o fez optar pela disputa à Câmara Federal. Mais uma vez mostrou-se um campeão de votos, obtendo 118 mil. Em 1979, com a saúde já bastante abalada, ainda ajudou a criar o Partido Democrático Social (PDS), atendendo apelo do então presidente general João Batista Figueiredo, que veio ao Paraná visitá-lo. Depois de uma das mais brilhantes carreiras políticas do estado, perdeu a luta de mais de oito anos contra o câncer e morreu em Curitiba no dia 1º de março de 1980, com apenas 45 anos de idade.