Infanticídio e Pedofilia Foram Temas de Simpósio Na Assembleia Legislativa

04/05/2011 17h09 | por Thaís Faccio (41) 3350-4188 / 4049

Créditos: Thaís Faccio (41) 3350-4188 / 4049

Dois temas – infanticídio e pedofilia – nortearam os debates na manhã desta quarta-feira (4), durante Simpósio Estadual com Temas de Interesse da Família e da Sociedade Paranaense, realizado no Plenarinho da Assembleia Legislativa. O evento atendeu a proposição da deputada Cantora Mara Lima (PSDB), e contou com palestras da sargento Tânia Guerreiro, da Polícia Militar do Paraná, e da jornalista indígena Sandra Terena. “Todos os dias os noticiários nos informam casos de agressões de filhos contra pais, casos de pedofilia, de violência doméstica, entre tantos outros. É meu dever, enquanto legisladora, tentar abrandar essas situações e chamar a sociedade para uma reflexão mais aprofundada a respeito”, justificou a deputada.
Infanticídio – Filha de pai indígena e natural de Curitiba, Sandra Terena apresentou o documentário “Quebrando o silêncio”, que trata da morte de crianças indígenas. O vídeo apresenta depoimentos de representantes de povos indígenas e milita contra práticas de grupos minoritários que, devido a fatores culturais, ainda hoje matam crianças com algum tipo de deficiência física ou mental, filhos de mães solteiras, ou gêmeos, por exemplo. “Nossa missão é reduzir a mortalidade infantil nas comunidades indígenas, promovendo a conscientização em direitos humanos, fomentando o diálogo intercultural e a educação e providenciando apoio assistencial às crianças em situação de risco”, afirmou a jornalista, que está percorrendo tribos e divulgando o vídeo com a finalidade de mudar este quadro. “Nos últimos anos, famílias indígenas de várias partes estão rompendo a tradição e tentam manter vivas suas crianças. E nós estamos nos mobilizando para informar que há e deve haver uma segunda chance a estas crianças”, comentou.
Pedofilia – Tratando de outro tema delicado – pedofilia – a sargento Tânia Guerreiro alertou as famílias e disse que hoje o assunto é “um crime que se perpetua no silêncio”, com apenas 1% dos casos de abusos sendo denunciados. Além disso, “o ou a pedófila pode ser qualquer pessoa, independente de classe social, questão cultural, salarial ou educacional”. De acordo com dados de 2005 apresentados por ela, no Brasil uma criança é violentada a cada oito minutos e, segundo dados do Instituto Médico Legal do Paraná (IML), em Curitiba e Região Metropolitana de Curitiba (RMC), quatro crianças são atendidas por dia no instituto.
Com experiência internacional na área, a sargento disse que hoje a pedofilia ocorre no mundo inteiro, mas “o mundo inteiro está preocupado com o tema e com legislações mais severas, punitivas. Só no Brasil que não há uma lei específica que faça com que o pedófilo seja preso, condenado e cumpra inteiramente a pena”.
Há dez anos Tânia Guerreiro luta para que a pedofilia seja tipificada como crime hediondo e seja incluída no Código Penal. “O pedófilo tem que ser condenado a 30 anos de prisão e não ter direito a nenhum benefício que reduza sua pena”, disse, ao afirmar que a pedofilia não tem cura. “A única cura para o pedófilo é ele ser encarcerado. Ele não pára nunca, só estando atrás das grades”. Para tanto ela está colhendo assinaturas através de um abaixo-assinado, para requerer ao Congresso Nacional que seja inserido em texto do Código Penal Brasileiro o crime de pedofilia, como crime hediondo prescrito pela lei 8.072/90. Ela deseja coletar um milhão de assinaturas.
Também participaram do evento a deputada Rose Litro (PSDB), o pastor Natalício Mamedes, representando o deputado Gilson de Souza (PSC), o cacique Carlos, da Aldeia Kakanéporã, e representando a Secretaria Estadual de Turismo, Darli Santana.

Foto: Maria de Freitas

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