Em entrevista concedida na manhã desta terça-feira (19), o deputado Cleiton Kielse (PMDB) afirmou que a proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), alentada desde o fim de 2007, foi substituída por uma de Comissão Especial de Investigação (CEI). O requerimento deve ser apresentado ainda nesta semana.Segundo o parlamentar, a iniciativa da CPI esbarrou num problema cronológico, já que são necessários pelo menos 60 dias para a implementação desse tipo de comissão. "Optamos por uma CEI, que terá a mesma ênfase de uma CPI, para agilizar o processo e descobrir rapidamente como o "caso Itaú" transformou-se na maior dívida da história do Estado", explicou Kielse. Kielse novamente criticou a execução da multa mensal de R$ 5 milhões por parte da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e clamou pela busca de informações mais detalhadas sobre o pacote da privatização do Banestado. "Temos elementos que comprovam ser este um enorme trambique entre o antigo Banestado, o Banco Itaú e membros do Banco Central", repreendeu o parlamentar. De acordo com o deputado, o governo estadual já pagou R$ 400 milhões e ainda deve R$ 930 milhões, chegando ao total de R$ 1,3 bilhão. Anteriormente, a dívida era de apenas R$ 24 milhões. "Não existe no mundo cálculo algum que justifique esse acréscimo", criticou. Matemática do trambique Durante a entrevista, Kielse alertou também sobre o funcionamento da carteira de credores do Itaú e explicou o que chamou de "a matemática do trambique". "A carteira podre do Itaú não era podre. Mais de 90% das pessoas ofereceram garantias reais e pagariam suas dívidas. O Itaú queria livrar-se da carteira e criaram-se empresas que readquiriram esses títulos de forma abusiva", esclareceu o deputado. O deputado Cleiton Kielse pretende que a CEI seja o ponto de partida para um novo cálculo da dívida de todos os clientes do Banestado lesados por essa carteira. "Pessoas perderam tudo nessa grande injustiça.", completou.