
O Paraná ganhou uma data para conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pela inclusão e direitos iguais para pessoas que possuem trissomia cromossômica. Aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná em 2020, Lei estadual nº 20.283/2020, de autoria do ex-deputado Emerson Bacil, instituiu o Dia Estadual de Conscientização e Valorização das Trissomias Cromossômicas, a ser realizado anualmente em 23 de março. As síndromes são causadas por alterações genéticas que aumentam o número de cromossomos durante ou após a formação do embrião
Além de incluir a data no Calendário Oficial de Eventos do Estado, a Lei permite que o Governo do Estado firme parcerias com entidades sem fins lucrativos e instituições que tratam do tema para a realização de eventos, campanhas e atividades de conscientização, diagnósticos e tratamentos das pessoas que possuem síndromes ligadas às trissomias cromossômicas.
As alterações cromossômicas, como é o caso da trissomia, são síndromes genéticas provocadas por alterações estruturais, ocasionadas pela perda ou inversões nucleotídicas ou numéricas. No caso da trissomia, consiste na presença de três cromossomos em determinado organismo – normalmente são dois. Dessa forma, a presença de três cromossomos 21 é designada de trissomia 21.
O terceiro mês do ano foi escolhido para fazer alusão a trissomia e aos três cromossomos nos pares 13, 18 e 21 que, com a alteração, resultam nos tipos mais comuns em humanos: trissomia 21 (Síndrome de Down), trissomia 18 (Síndrome de Edward) e trissomia 13 (Síndrome de Patau).
De acordo com a justificativa do projeto, estima-se que 8,1% de todas as gestantes tenham alterações cromossômicas, representando uma frequência aproximada de 6% de natimortos, 1% de nascidos vivos, sendo uma das principais causas de letalidades no estágio precoce do desenvolvimento fetal, que leva ao aborto espontâneo em 50% dos casos. "O que muitos não sabem é que essa alteração genética pode acontecer com qualquer tipo de pessoa, não importa a raça ou a idade, sendo que o ideal é que todos os profissionais de saúde tenham conhecimento das síndromes para melhorar orientar os pais", argumentou a época o autor da matéria na justificativa do projeto.