Libersol e economia solidária terão apoio efetivo da Comissão de Saúde Rede de voluntários atua na reinserção social de pessoas com transtornos mentais através da economia solidária.

17/09/2019 13h11 | por Vanderlei Rebelo
Rede de voluntários Libersol, que atua na reinserção social de pessoas com transtorno mentais através da economia solidária, apresentou o trabalho desenvolvido à Comissão de Saúde da Alep.

Rede de voluntários Libersol, que atua na reinserção social de pessoas com transtorno mentais através da economia solidária, apresentou o trabalho desenvolvido à Comissão de Saúde da Alep.Créditos: Orlando Kissner/Alep

Rede de voluntários Libersol, que atua na reinserção social de pessoas com transtorno mentais através da economia solidária, apresentou o trabalho desenvolvido à Comissão de Saúde da Alep.

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) assumiu o compromisso de apoiar efetivamente, incluindo recursos orçamentários, o projeto da Libersol, rede de voluntários que atua na reinserção social de pessoas com transtornos mentais através da economia solidária. A entidade atua na Região Metropolitana de Curitiba e planeja expandir suas ações para o interior do Estado.

O projeto foi exposto nesta terça-feira (17) de manhã no plenarinho da Assembleia, em audiência da Comissão de Saúde. “A Libersol já nos conquistou. Apoio e continuidade são as palavras que quero dizer-lhes neste momento”, afirmou o presidente da Comissão, deputado Dr. Batista (PMN), ao final da audiência.

O projeto de expansão da Libersol, assim como sua forma de funcionamento, foi exposto pelo psicólogo Caíque Franzoloso, um dos fundadores da rede no início de 2017. Ele disse que a entidade já tem capilaridade na Região Metropolitana, atuando em parceria com ONGs e outros grupos de voluntários.

Hoje a Libersol implementa 30 empreendimentos com a participação de 250 pessoas diretamente beneficiadas. Elas trabalham em inúmeros ofícios, como artesanato, jardinagem, culinária, corte e costura, padarias etc. Com o apoio de diferentes profissionais que integram a Libersol – psicólogos, médicos, economistas, professores –, as pessoas superam traumas, recuperam a autoestima e se reinserem na sociedade. Sempre por meio do trabalho, com supervisão e aconselhamento de profissionais.

A exclusão social dá lugar à reaproximação à família e à reconquista da confiança. “As pessoas recuperam sua autonomia. Isso tem um significado muito especial para qualquer um de nós”, disse o professor Luiz Felipe Ferro, do setor de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná, parceiro da Libersol.

A senhora Rosalva Wisniewski relatou seu trabalho numa rede que reúne 19 padarias comunitárias em Curitiba. Ela está há mais de 20 anos na economia solidária e fala do prazer de trabalhar no sistema de autogestão, sem patrões nem empregados. No final do mês, pagam-se os custos e reparte-se um salário entre os participantes. “Não é apenas trabalhar para os outros. É trabalhar para todos nós, sem lucros exorbitantes. Isso é economia solidária. A pessoa vê o quanto custa e vê que cabe no bolso dela. Não queremos ficar fechados no nosso mundinho. Queremos partilhar. Se você entende isso, vai entender a economia solidária”, diz dona Rosalva.

A economia solidária quer se formalizar e se ampliar. Por isso dona Rosalva lutou por uns dez anos pela aprovação da Lei Estadual da Economia Solidária, sancionada em 2017.

Marilene Zazula Beatriz, presidente do Conselho Municipal de Economia Popular Solidária de Curitiba, fez esta afirmação: “A economia solidária ainda está meio invisível. Muita gente ainda não sabe que ela existe. Mas ela já está ajudando muita gente”. Beatriz é voluntária na Tecsol, incubadora de economia solidária instalada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Em seu depoimento, disse que viu mulheres vítimas de opressão social recuperarem a autoestima e abdicarem do remédio para depressão depois que se integraram a redes como a Tecsol e a Libersol.

Isabela Perotti, representante do deputado Goura (PDT), ressaltou a importância do trabalho da Libersol na fase de pós-tratamento dos pacientes e citou a portaria 3.088, do Ministério da Saúde, que prevê ações dessa natureza na rede de atenção psicossocial.

A deputada Luciana Rafagnin (PT) enfatizou o caráter social do trabalho desenvolvido pela entidade. “Esta ação melhora a vida de muitas pessoas. E justamente daquelas pessoas que estão num momento de vulnerabilidade, que estão mais frágeis, e, portanto, precisam do apoio, do carinho para se reintegrar à sociedade”, disse ela. “A Comissão de Saúde tem o maior interesse neste projeto, que é de longo prazo e já demonstrou sua sustentabilidade”, disse por sua vez o deputado Arilson Chiorato (PT).

Caíque Franzoloso disse que os custos do programa de expansão da Libersol estão orçados em R$ 2,7 milhões – incluindo, transporte, alimentação, energia, capacitação de voluntários etc.

Ao encerrar a audiência, o deputado Dr. Batista fez a defesa entusiasmada dos voluntários da Libersol. “Vejo em cada um de vocês aqui o olhar humilde daquele que gosta de ajudar o próximo, especialmente aquele que está mais frágil”, ele afirmou. “Vocês fazem um trabalho maravilhoso, de amor e carinho que precisa ser levado a todo o Paraná”, acrescentou.

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