Para atender a um pedido de informações dos deputados da bancada da oposição da Assembleia Legislativa, sobre a operação chamada de Quadro Negro pelo Ministério Público, o líder do Governo na Casa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB) apresentou, no início da sessão desta quarta-feira (20), documentos que, segundo o parlamentar, fazem parte do processo administrativo movido pelo Governo do estado e pela sindicância interna, e que apontam quem são os responsáveis pelo desvio de recursos públicos que deveriam ir para a construção de escolas no estado, o que não aconteceu.
Romanelli disse que se surpreendeu com a documentação que analisou, porque ela demonstra, de forma objetiva, que houve um conluio entre servidores públicos de carreira e a construtora Valor, responsável por executar as obras.
(Sonora)
Romanelli responsabilizou os servidores, que segundo ele, não fiscalizaram de forma efetiva e ainda defenderam junto ao Conselho Gestor, a necessidade de aditivos aos contratos, o que resultava na liberação de mais recursos para as supostas obras. Isso inclui pelo menos 11 pessoas, entre elas secretários e diretores de órgãos do Governo, por quem passavam os processos antes de chegar às mãos do governador.
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Romanelli usou o exemplo da escola Ribeirão Grande, em Campina Grande do Sul, região de Curitiba. Disse que quatro meses após a assinatura do contrato, a construtora Valor solicitou um aditivo, alegando problemas no solo. A Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) emitiu parecer favorável, anexando documentos com medições, que eram falsos, já que as obras não haviam nem começado. Com base nessas medições, o aditivo era autorizado.
Mas Romanelli também demonstrou, por meio de documentos, que, assim que suspeitaram da fraude, o Governo e a Secretaria de Educação abriram uma sindicância e depois um processo administrativo para apurar as irregularidades e determinaram o afastamento e exoneração de servidores. E agora pleiteiam o ressarcimento de mais de R$ 40 milhões aos cofres públicos.
Romanelli classificou como fantasiosa a delação do dono da Valor, que alega que parte do dinheiro desviado da construção de escolas teria ido para um suposto caixa 2 da campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB) em 2014.
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E defendeu o governador das acusações do delator.
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O líder da oposição, deputado Tadeu Venéri (PT) diz que ainda há muito a ser explicado pelo Governo, já que os valores desviados são muito altos e envolvem pessoas próximas ao governador.
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Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.