O líder da Oposição na Assembleia, deputado Élio Rusch (DEM), rebateu na tarde desta terça-feira (17) as declarações do governador Roberto Requião durante a Escola de Governo a respeito do IPVA cobrado sobre as caminhonetes de luxo.“O governador fez um jogo de palavras para colocar a Oposição em xeque diante da opinião pública. Ninguém da Oposição defendeu a redução da alíquota desses veículos. Quem levantou essa questão foram dois deputados do PMDB, partido do governador. A não ser que os deputados Edson Strapasson e Antonio Anibelli façam parte agora da Oposição ao governo”, ironizou Rusch alertando que a defesa dos deputados da Oposição foi a de uma revisão integral nos preços cobrados em razão da desvalorização dos veículos no início deste ano e também em relação às caminhonetes simples que são utilizadas para o transporte de produtos e equipamentos.“Estamos pedindo ao governo que aja com bom senso na cobrança do imposto sobre todos os veículos. O que questionamos também foi a cobrança da alíquota de 2,5% sobre as caminhonetes simples, e após esse questionamento o governo voltou atrás e alterou o sistema de cobrança”.Rusch ressaltou que a lei do IPVA aprovada em dezembro de 2008 não propunha nenhuma alteração de alíquotas como a que foi adotada pelo governo.“Após a aprovação desta lei é que a Secretaria da Fazenda, através de um ato administrativo interno, reclassificou a caminhonete mista (até cinco passageiros) para o percentual de 2,5%”.O deputado Ademar Traiano, líder do PSDB na Assembléia, reforçou as argumentações dos deputados da Oposição para a revisão dos valores cobrados do IPVA.“Seria muito oportuno o governador reconhecer que o Paraná também foi afetado pela crise e que estamos pagando um valor irreal pelo IPVA. Nada mais justo que o governador, através de um ato administrativo ou decreto, reconheça a diferença entre a tabela Fipe e o preço de mercado”.ExemploO deputado Élio Rusch disse ainda que o comparativo com outros estados apresentado pelo diretor do Detran, David Pancotti, durante a Escola de Governo apontou que o Paraná cobra um percentual de IPVA menor que São Paulo e Minas Gerais, mas confirmou que o estado do Paraná cobra mais em relação a Santa Catarina.” Se o estado vizinho cobra apenas 2%, por que o Paraná não pode adotar uma alíquota menor?”, questionou.Rusch citou um Renault Clio 2008, o mesmo exemplo utilizado na explanação do governo, para demonstrar que o contribuinte do Paraná pagará quase 30% a mais de IPVA. “O paranaense pagará R$ 751,00 de imposto, enquanto que o mesmo veículo emplacado em Santa Catarina custará R$ 581,00 de IPVA.. São R$ 170,08 a mais que o paranaense terá de desembolsar”. Rusch lembrou que no ano de 2007, quando o governo estadual propôs mudanças nas alíquotas do IPVA, os deputados da bancada da Oposição propuseram, através de emenda ao projeto, que as alíquotas do imposto sobre as motocicletas de até 125 cilindradas fossem reduzidas para 1%. “A base governista não acatou a nossa emenda e o percentual cobrado aqui no Paraná permaneceu em 2,5%, enquanto que em Santa Catarina é de apenas 1%”.Como exemplo, o deputado citou o valor cobrado sobre uma moto Honda Biz 125 cilindradas. “No Paraná, o valor do imposto é de R$ 136,50, já em Santa Catarina é de R$ 54,60”, exemplificou ressaltando que a diferença chega a 160% entre os valores.