“O governo não sabe dizer quando a situação do Detran vai voltar ao normal, mas a paciência dos motoristas paranaenses certamente está no limite.” A avaliação é do líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), diante da afirmação do diretor-geral do Detran/Pr, David Pancotti, publicada na edição desta sexta-feira do jornal Gazeta do Povo, de que ‘não trabalha com prazos’, Um cálculo otimista prevê que os problemas enfrentados pelos usuários do departamento de trânsito poderão persistir até o fim do ano. ”É inadmissível que o Detran, uma autarquia que tem orçamento próprio e autonomia para gerir os serviços, esteja tão fora de controle a ponto de não haver previsão para solução dos problemas, que já beiram o caos”, comentou. As longas filas e a demora para a realização de exames para quem necessita emitir a primeira habilitação ou renovar a carteira de motorista tem se agravado desde o final de 2008. Rusch afirmou que vai exigir providências e agilidade no envio das informações pedidas em requerimento da bancada da Oposição aprovado na última terça-feira (24). De acordo com o deputado, para entender o que está acontecendo é preciso saber como está funcionando o departamento, desde a situação dos funcionários até o sistema de informática, incluindo os serviços terceirizados. O diretor do Detran encaminhou um ofício através da Liderança do Governo com algumas informações que, segundo Rusch, não convencem e não explicam o que a oposição quer saber. A justificativa para as longas filas é de que houve um aumento no atendimento em virtude de mudanças nas regras para a primeira habilitação.“A resolução do Denatran já era de conhecimento do Detran desde julho do ano passado. Tiveram tempo suficiente para prever uma maior procura”. Outro fator considerado inadmissível pelo deputado é que apenas duas clínicas estão credenciadas para realizar os exames médicos em Curitiba.“Por que esses convênios não foram feitos antes de terminar o contrato com a PUC?”, questionou. “Essas duas clínicas não são suficientes para o atendimento. Uma deles fica em Santa Felicidade, o que causa um transtorno maior na vida daqueles que precisam fazer os exames”, afirmou. O parlamentar assegurou que são inúmeras as denúncias recebidas e que elas não param de chegar. “Tem pessoa que está com a habilitação vencida e o exame de vista foi marcado para o final de abril. Ou seja, essa pessoa não poderá dirigir porque não estará apta”, cita Rusch lembrando que o prazo para dirigir com a carteira vencida é de apenas trinta dias. “E como fica a situação daqueles que utilizam o carro para trabalhar?”, questionou. Funcionários O líder da Oposição estranhou a informação recebida em ofício de que o Detran-Pr tem “solicitado a complementação do seu quadro de pessoal”.“Solicitou a quem e por quê?”, questionou. “O Detran é uma autarquia com autonomia administrativa e financeira. Pode aumentar o número de funcionários sempre que achar necessário. Sem falar que desde 2005 existem concursados aprovados a espera de contratação”, recordou. Rusch alega ainda que o Detran tem dinheiro em caixa para contratar pessoal e aprimorar os serviços. Nos últimos quatro anos, o governo autorizou repasses de mais de R$ 400 milhões do Detran ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER). “Se o governo autorizou é porque o dinheiro existe. Por que então não foi utilizado para melhorar a qualidade de atendimento?”, indagou.