“Nosso PIB, 5,8% do ano passado, em que o salário dos trabalhadores cresceu, na admissão, 9,1% nominal, não pudesse esta economia suportar um piso salarial regional de R$627,00!” – trecho do pronunciamento do deputado Luiz Claudio Romanelli nesta segunda-feira (9) na Assembleia Legislativa do Paraná. Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas. Senhor presidente que ouvi diversos pronunciamentos. O ultimo orador o deputado Valdir Rossoni (PSDB) parece que hoje ele quer reassumir a função de líder da oposição. Ele efetivamente deixou a liderança da oposição quando assumiu as funções de 2º secretário dessa casa. Mas, ele mantém, na verdade, acesa a chama no interior do seu coração, das críticas que faz a um governo que tem modificadas as relações neste estado, que era um estado que num período. E eu sei que dói nos ouvidos de algumas pessoas e dele, especialmente falar, mas no período em que este estado era governado pelo Jaime Lerner e tinha como chefe secretário de governo o Cid Campello. Sinceramente, não dava nem para falar em saúde pública. Quero dizer, deputado Valdir Rossoni, na área da saúde, o que vossa excelência disse não é verdadeiro. Desculpe-me o termo que tenho que utilizar aqui porque os repasses financeiros feitos para os hospitais, o repasse mensal feito para os consórcios, para a rede privada filantrópica que o governo tem apoiado, as santas casas, sinceramente, o fato é que neste tempo os hospitais regionais têm muito maior resolutividade em relação às questões complexas que envolvem a área da saúde. A alta complexidade, na maioria das regionais que foram ampliadas, as UTI’s de adultos, as neonatais, que foram ampliadas e criadas, a disponibilidade dos equipamentos. Inclusive, agradeço, deputado Elton Welter, roteirozinho rápido sobre ações efetivas das parcerias feitas do governo do presidente Lula e do governo Roberto Requião.Deputado Valdir Rossoni (aparte): Vossa excelência me concede um aparte?Deputado Luiz Cláudio Romanelli: Na seqüência eu permito, eu ouvi vossa excelência, calado, ouvi verdades me doendo na alma às coisas que vossa excelência falou daquela tribuna. Porque me dói, sinceramente, quando uma pessoa inteligente e que conhece o estado como vossa excelência conhece, vai à tribuna e fala o que falou. O deputado Ney Leprevost, presidente da Comissão de Saúde, foi outro dia, aceitou o convite, foi à Paranaguá, como foram mais uma dezena de parlamentares presenciar a inauguração do Hospital Regional de Paranaguá. Aliás, seu prefeito, amigo e companheiro prefeito Baka, estava lá elogiando o governador Roberto Requião e o nosso governo, na inauguração do novo Hospital Regional, mais de 150 leitos, fora os leitos de UTI. Deputado Valdir Rossoni! Sinceramente, vir me falar, fazer comparativos entre a saúde atual e a do governo o qual vossa excelência foi líder do governo, nesta Casa. Sinceramente, tenho como absolutamente despropositado. Como me pareceu absolutamente despropositado o posicionamento feito pelo deputado Ademar Traiano. O deputado Ademar Traiano foi autor, junto comigo, deputado Alexandre Curi, deputado Nelson Justus, de uma medida que acabou resultando num decreto, para beneficiar justamente, deputado Jonas Guimarães, inclusive vossa excelência teve um papel relevante como deputado que é de Cianorte, mora no nosso maior pólo da indústria do vestuário do Estado do Paraná. Nós sabemos o quanto este governo tem beneficiado as empresas no aspecto fiscal; vir me falar que o Paraná não suporta pagar o salário mínimo de R$627,00?!! Sinceramente, vamos deixar de ser incoerentes! Deputado Valdir Rossoni (aparte): Deputado Romanelli, me permita um aparte? Vossa exigência.Deputado Luiz Cláudio Romanelli: Presidente queria que o senhor me assegurasse a palavra.Presidente Augustinho Zucchi (PDT): O orador que está na tribuna tem a prerrogativa do uso da palavra. O aparte é uma prerrogativa de vossa excelência.Deputado Luiz Cláudio Romamelli: Eu ouvia as palavras, porque infelizmente o deputado Valdir Rossoni vai à tribuna, faz afirmações como se a economia do Paraná, que cresceu, nosso PIB, 5,8% do ano passado, em que o salário dos trabalhadores cresceu, na admissão, 9,1% nominal, não pudesse esta economia suportar um piso salarial regional de R$627,00!Sinceramente, um estado que tem a nossa pujança, porque, vossa excelência viu Santa Catarina, que vossa excelência tanto fala e canta em verso e prosa, veja os números de Santa Catarina. Qual é o único estado do país que gerou emprego positivo no mês de janeiro?Só o Paraná gerou emprego. Vossa excelência fala de uma economia que só cresceu que só dá mostras de vitalidade, que mesmo na crise está crescendo. E a nossa economia cresce porque tem governo, tem governo que faz parceria com o setor privado, que gera investimentos e a conversa fiada, a notícia de jornal, a contrapropaganda não chega ao mundo real da economia. Hoje será lido no expediente desta casa, o novo piso vem ai, claro, os demagogos de plantão, e vou usar essa expressão aqui hoje e prometo que só vou usar hoje. Mas, eles vão dizer: esses 14,9% têm que se extensivo aos trabalhadores do setor público. Nós sabemos muito bem que o setor público tem uma política salarial diferenciada e que essa política salarial modificou completamente as relações. Ao mesmo, nós sabemos que no setor privado, quais serão os trabalhadores que se beneficiarão com o aumento do piso? Única e exclusivamente os trabalhadores que ganham o salário mínimo e não estão sindicalizados ou então não têm carteira assinada. Os funcionários da rádio do deputado Marcelo Rangel, lá em Ponta Grossa, não vão ser beneficiados pelo aumento de 14,9% mas só serão aqueles que ganham o piso salarial. Estou dando esse exemplo para dizer que não é com demagogia que vamos poder ficar tentando combater aquilo que é uma conquista deste parlamento inclusive, porque pelo quarto ano consecutivo, nós vamos ter o maior piso salarial regional e eu sei, claro, que se movem os “barões da indústria” contra as boas políticas que temos desenvolvido neste Estado. Vossa excelência falar contra a PEC da defesa do emprego, sinceramente! Se tem uma política correta, é estabelecer um princípio constitucional. Nós estamos abrindo mão de imposto e imposto é dinheiro, que deixa de ser investido em educação e saúde a troco de quê? Do compromisso, da hipoteca social, que é a geração de empregos. Não é possível que a empresa venha aqui, receba os benefícios fiscais, fique com o dinheiro do povo paranaense e na primeira marolinha demita os funcionários. O princípio constitucional incide sobre toda a legislação estadual e se forma uma nova regra de funcionamento para que possamos de fato modificar as relações, que sempre são contra o trabalhador, porque para beneficiar patrão e empregador grande e poderoso está cheio de defensor, mas quando se fala em trabalhador, fogem. É impressionante isso! Então, entendo que esta casa tem que ter um compromisso com a vida real da economia e nós temos que ter firmeza e coerência daquilo que fazemos e falamos. Todos nós sabemos que nesses anos avançamos muito: avançou o Brasil com o Presidente Lula e avançou o Paraná com o governador Requião. Sei que muitos ficam com dor de cotovelo, porque é duro pegar um governo anterior que gerou 37 mil empregos em carteira assinada contra um governo que já gerou mais de 630 mil empregos em carteira assinada. Este governo e este estado, quando comparado com Rio Grande do Sul, com Santa Catarina e mesmo com São Paulo nós estamos com os indicadores muito mais positivos em todas as áreas e sei, claro, que isso dói muito na alma de algumas pessoas – não da grande maioria, da nossa base, do PMDB, do PT, do PTB, dos deputados do PSDB que têm compromisso com o desenvolvimento, com a renda e com a vida melhor para os trabalhadores, como é o caso do deputado Francisco Buhrer. Encerro, Senhor Presidente, e agradeço pela atenção.