Senhora presidente, deputados, deputadas: Olha, logicamente que discordo totalmente das idéias aqui expostas pelo deputado (Antonio) Belinatti. Reporto-me ao passado. Na antiga União Soviética quando os corruptos eram apanhados, eles eram fuzilados. E o incrível é que a corrupção aumentou. Da mesma maneira na República Popular da China. Nos Estados Unidos, nos Estados onde existe a pena de morte não houve a diminuição dos crimes praticados que levaram a execuções. Então, eu acho que a questão não é desta maneira, não é desta maneira. Eu estou vendo, por exemplo, o aumento da criminalidade, mas a droga está fazendo um estrago danado e a sociedade, em conjunto, deveria se apropriar desta problemática e ajudar todos os governantes a resolverem esses problemas. Mas são visões, perspectivas diferentes que nós todos temos. A democracia é boa exatamente por causa destas questões. Veja bem, eu vou ler um texto aqui e gostaria, deputado Élio Rusch, deputados e deputadas que estão aqui, que me ajudassem a descobrir quem é que pronunciou isto aqui. Vejam bem: “Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os Bancos à falência que terão que ser nacionalizados pelo Estado”. Até falei ao deputado Jonas Guimarães, ao telefone, mas ele poderá se lembrar daquilo que falei há pouco – "Jonas, que livro é este ao seu lado?" Ele falou "este é o Livro Sagrado, é a Bíblia". Falei "ah, sim eu estou com um texto aqui do Livro Sagrado do socialismo – o Karl Marx, Pai do marxismo. Hoje Marx, (Friedrich) Engels e (Vladimir Ilitch) Lênin, embasaram as teorias socialistas", ele falou isso. Deputado Élio Rusch, você que conhece muito bem a língua alemã, ele escreveu isso em 1867 no “O Capital”, que fez um estudo aprofundado, vendo, olha, há mais de cento e tantos anos aquilo que é muito real hoje na nossa vida. Fazer uma previsão, o Papa do Socialismo, em 1867, e estas coisas acontecerem como estão acontecendo e temos denunciado isto ao longo de todos estes anos. Agora, vejam bem, a Meca do Capitalismo, os Estados Unidos, tem a sua classe empresarial em pânico, pedindo, pelo amor de Deus, pela intervenção do Estado nos negócios da iniciativa privada. Então, no mínimo nós deveríamos nos reunir para fazermos reflexões. Estas coisas que estão no mundo do jeito que estão não devem prosperar. Aqui, por exemplo, nós sempre quisemos a presença forte do Estado na vida da economia paranaense. Por que nós defendemos o Banestado, agência de fomento do desenvolvimento paranaense? Por que nós defendemos a Copel? O (Francisco) Bührer não está, talvez, interessado nisto, mas muita gente está interessada. Por que nós quisemos salvar a Sanepar das mãos do capitalismo selvagem europeu que está colocando as suas garras aqui no Paraná? Então, nós ficamos aqui nesta Assembleia, muitas vezes, e em todo este Estado do Paraná e pelo Brasil afora, fazendo o que? Arranhando a epiderme. Nós não nos aprofundamos. Nós chegamos e falamos assim "aí está o problema" e você vem mitigar, deputado (Luiz Eduardo) Cheida, viu, Mauro Moraes, vem mitigar o problema que não interessa ao conjunto nem da classe política, nós vamos ficar fazendo de conta, vamos arranhar a superfície e não vamos entrar no âmago das questões e aí fica tudo de bem! Não é assim! Eu fiz uma longa caminhada na minha vida, ao longo de todos esses anos posso apresentar, sim, aquilo que fiz como defensor do interesse público. Não estive nunca na minha vida buscando coisas que seriam interessantes para mim! Dediquei a minha vida à transformação da sociedade, a sociedade injusta que nesse momento sofre uma pressão daqueles que tiveram a sua ação prevista por Karl Marx, por Engels há tantos e tantos anos. Hoje vemos na ação do Governo (Roberto) Requião que faz investimentos na hora da dificuldade o caminho certo daquilo que temos que fazer. O presidente Lula, no meu entendimento, acerta muito em muitas coisas, mas ele erra em outras coisas, por exemplo, agora está certo quando anuncia a construção de um milhão de novas moradias. É aquilo que estamos fazendo aqui em outras coisas no Estado do Paraná, na hora da doença você precisa ter remédio, dinheiro e comida senão o doente vai piorar. Agora fico pensando nesses que poderão voltar ao Governo e certamente colocarão na lata do lixo os avanços que o povo conseguiu. As políticas públicas precisam ser preservadas, mas na hora das eleições o que estamos vendo? Os interesses paroquiais se sobreporem aos interesses gerais da política paranaense. Estou torcendo para isso: que possamos, todos nós políticos, nos reunir para elaborarmos uma proposta. O que interessa é a proposta e não o nome do candidato para nós solidificarmos as propostas que conquistamos em nome do povo, senão se perderá tudo! Lembro quando quiseram inclusive privatizar a sede do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). Quase conseguiram isso, queriam privatizar todas as estradas. Como já falei a Copel, a Sanepar, o Banestado foi explodido e o povo de Paraná não ganhou nada com isso, pelo contrário quero dizer que aqueles que fizeram essa previsão estavam corretos. Hoje temos que defender o interesse público e não ficarmos aqui como estão fazendo em outros países, o carreamento de bilhões e bilhões das poupanças populares para salvar meia dúzia de privatistas que fracassaram! Enquanto tiveram lucros tudo bem, quando fracassaram chega o povo, através dos governos e faz com que eles sejam salvos desse naufrágio provocados por eles mesmos! Agradeço a atenção que me dedicaram e mais uma vez digo que está na hora de fazermos reflexões porque senão não encontraremos a saída. Gostaria de perguntar para os senhores e senhoras quantos jovens neste momento estão aqui em Curitiba dormindo, porque ficaram consumindo drogas e daqui a pouco vão sair e aquele que está viciado sempre tem o corruptor por perto para jogá-lo na prática do crime? Isso é que é a grande verdade! Ontem mesmo o presidente Lula chamou a atenção do (Gilberto) Kassab e falou: “Kassab, caia de costas em São Paulo, temos 9.9 de analfabetos ainda!” E nós não prestamos atenção nisso, quer dizer, a economia paranaense tem que ser desenvolvida, tem que criar riqueza para o povo do Paraná e não para enriquecer aqueles que a vida toda usaram e abusaram do povo paranaense! Obrigado!