Senhor presidente, senhoras e senhores deputados Antes de mais nada, eu gostaria de cumprimentar o deputado (Professor) Luizão que acaba de se eleger prefeito de Pinhais, onde contou com o apoio do meu partido, o PMDB, do PDT, do (deputado Augustinho) Zuchi. E eu sei que o Professor Luizão vai fazer, na prática, a aplicação das políticas públicas que ele sempre defendeu. Quero lamentar também que a deputada Beti Pavin não tenha chegado à Prefeitura de Colombo, como da Rosane (Ferreira), que já falei aqui, mas, enfim, as coisas são assim. Mas senhor presidente, senhores deputados, eu ao longo de todos esses anos, inclusive, aqui na Casa, deputado (Luiz Claudio) Romanelli, vi uma defesa total, complexa, do mercado. E agora abro o jornal O Estado de São Paulo e um dos seus articulistas diz o seguinte: “Marx estava correto na sua avaliação”. Quem é o Marx? É o Carl Marx do marxismo e depois, incorporado pelo Lênin, marxismo e lenilismo. Bom, então, veja bem, aqui mesmo nesta Casa eu vi uma defesa total, completa da saída do Estado das empresas como a Copel, como a Sanepar, porque defendiam que o mercado não podia sofrer nenhuma interferência. E agora, companheiros do PMDB, estamos vendo uma coisa mais fantástica que poderíamos ver, o Estado (norte) americano intervindo por necessidade na iniciativa particular, na iniciativa privada. Será que é o fim do capitalismo ou é mais uma das agonias que o regime fundamentalista, capitalista está vivendo? Porque quando o socialismo sofre revés aqui ou ali, os ideólogos da direita já aparecem para decretar a morte do socialismo. E eu sempre falei: nem o socialismo morreu, nem o capitalismo moribundo que está aí está morto. Infelizmente. Agora, nós presenciarmos a intervenção do governo inglês, alemão, francês e norte-americano com o Estado a socorrer os empreendimentos particulares, deixam todos nós boquiabertos. O que deveria fazer o governo americano? Ele não disse que o mercado é o dono da verdade, que acerta as coisas do jeito do jeito que elas devem ser? Porque agora, deputado Jonas Guimarães, irmão do prefeito Edno Guimarães? Temos que fazer reflexões, sim. Estou dizendo essas coisas, porque amanhã tem gente escrevendo “As eleições de 2010 já tem vencedor. Já ganharam fulano, beltrano e cicrano”. As coisas se modificam todos os dias. A intervenção estatal nos Estados Unidos, para socorrer a iniciativa particular, é um tsunami ideológico e não pode ser visto de outra maneira.Luiz Cláudio Romanelli (aparte): Deputado Waldyr Pugliesi, nós todos do MDB, do PMDB, sempre admiramos a sua trajetória pela sua coerência, firmeza e limpidez de seu raciocínio. Uma das coisas que Vossa Excelência sempre pregou, é que nenhuma solução de uma sociedade justa passava pelo chamado e famoso mercado. “Nada como um dia após o outro”. Quantos aqui nesta Casa já mesmo contestaram Vossa Excelência, ou seja, os adeptos que se apaixonaram pelo neoliberalismo? O fato concreto é como “um dia após o outro” desmente aquilo, que todos nós sabemos: a sociedade constituiu o Estado para que ele pudesse provê-la. Nesse momento se vê os impostos que os americanos e os europeus pagam. Dinheiro, que como ontem a Folha de São Paulo trouxe também de um articulista, demonstrando que se fosse viável, se quisesse com 150 bilhões de dólares, se extinguiria a fome no mundo até o ano de 2015. Em uma única penada, como se diz, o presidente americano libera 700 bilhões de dólares para matar a fome dos banqueiros. Deputado Waldyr Pugliesi, o que temos em jogo é todo um Sistema Financeiro Internacional. Mas há de se reconhecer e nunca mais se ouça, que esse colunistas de plantão – não estou me referindo a nenhum paranaense, quando falo isso -, essas Miriam Leitão e outras que são arautas do neoliberalismo, onde vão fazer análise agora, sobre o que é o Sistema Financeiro Internacional? Vossa Excelência nesse seu pronunciamento mais uma vez mostra, que o bom e velho deputado Pugliesi tinha razão, que esse neoliberalismo é uma porcaria mesmo, pelo que está mostrado pela falência do Sistema Financeiro Internacional. Parabéns a Vossa Excelência pela coerência de todos esses anos.Waldyr Pugliesi: Dizer que aqui mesmo nesta Casa se defendeu aos extremos, que deveríamos nos livrar, inclusive, do DER (Departamento de Estradas e Rodagem). Queriam privatizá-lo, para entregar todas as estradas ao pedágio. A Sanepar chegou a estar nas mãos de proprietários estrangeiros. Nada contra os estrangeiros. O problema é que se você colocar o lucro como fundamento principal, você não vai fazer investimentos via Sanepar em distritos ou em municípios, que não gerarão lucros para os acionistas. Imaginem a Copel e a Sanepar na mão de particulares, o Banestado quebrado! Continuo defendendo a teoria de que o Estado tem que estar à frente destas instituições. Muito obrigado!