Uma audiência pública debate na próxima sexta-feira, dia 11, a partir das 14 horas, na Câmara Municipal de Ponta Grossa, a privatização do setor de fertilizantes no Brasil. Promovida pelo Comitê em Defesa dos Pequenos Agricultores e Trabalhadores, Liderança do PT e Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, a audiência será o primeiro de outros encontros a serem realizados no interior do estado. A idéia é discutir o tema também em Maringá, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. De acordo com o líder do PT, deputado Péricles de Mello, regionalizar o debate é uma forma de buscar soluções para agricultores em todo o estado. “A partir das discussões pretendemos levantar novas alternativas para que o governo federal possa realizar pesquisas para uma produção agrícola que não fique tão dependente do oligopólio internacional dos fertilizantes”, destaca Péricles. Levantamento feito pelo Ministério da Agricultura investigou a conduta das empresas fabricantes de fertilizantes. No país, a empresa norte-americana Bunge detém o oligopólio do mercado de fertilizantes, responsável por altos custos de produção de lavoras como soja e cana-de-açúcar. De oito fábricas de fertilizantes existentes no Brasil, a empresa controla seis. O controle acionário da multinacional é de 58,6% sobre a empresa. As sócias minoritárias com poder de veto, também multinacionais Mosaic e Yara, possuem 24% e 14%, respectivamente. O faturamento mundial da Bunge foi de R$ 18 bilhões em 2006. A Fosfértil, outra grande empresa do ramo, mantém unidades em quatro estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. O lucro da Fosfértil cresceu 93% em 2007. Além do oligopólio, somam-se outros problemas que afetam aos pequenos agricultores: a alta do preço internacional de derivados de nitrogênio, potássio e fósforo (NPK), matéria-prima dos fertilizantes; os custos portuários; impostos e dumping. O Paraná é um dos estados mais prejudicados por ser o quarto consumidor de fertilizantes do país, atrás de São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais. Em abril deste ano, o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Paraná (Sindiquímica), Paulo Roberto Fier, fez um histórico das privatizações do setor. Em documento distribuído aos deputados estaduais, o Sindicato denunciou o desrespeito aos trabalhadores, que são vítimas cada vez mais freqüentes de acidentes de trabalho, motivados pela falta de manutenção dos equipamentos. Na unidade de Araucária, vários acidentes foram registrados ao longo dos anos, como explosões e vazamentos. O sindicalista também denunciou o aniquilamento dos pequenos agricultores que foram prejudicados pela suspensão da venda de fertilizantes na porta da fábrica. Obrigados a adquirirem o produto das grandes misturadoras, os pequenos produtores tiveram que pagar até 300% mais caro e tiveram suas atividades inviabilizadas, relatou o Sindicato. Brasil pode ter plano de produção de fertilizantes até o fim deste ano, anuncia ministro Até o final do ano, o governo federal deve lançar um plano para estimular o aumento da produção nacional de fertilizantes, segundo informou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, na última quarta-feira, em Curitiba, durante o lançamento do Plano Safra. “Vamos lançar um programa para ver se no prazo de cinco a dez anos o país consegue uma autonomia maior, já que hoje somos altamente dependentes da importação desses insumos básicos”. Atualmente o Brasil importa mais de 70% desses produtos. A intenção do governo consta no Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009. Segundo o texto, o governo estuda a possibilidade de auto-suficiência no prazo de dez anos em nitrogenados e fosfatados. Contatos Sindiquímica - (41) 3327-3458 Liderança do PT/PRLaura Sica DRT/PR 4139Assessora de Imprensa(41) 3350-4157 / 9985-6667 Deputado Péricles de MelloLuis Otávio Dias DRT/PR 5871Assessoria de Imprensa41 3350-4250 / 9621-214