Liderança do Pt - Deputado Prof. Luizão

12/05/2008 16h08 | por Assessoria de Imprensa / Laura Sica / 41 3350-4157 - 9985-6667
Quinze anos após a venda da Ultrafértil, setor é dominado no Brasil por oligopólio multinacional. Segundo a ONU, custo dos fertilizantes é um dos motivos para a alta do preço dos alimentos.A crise do cartel de fertilizantes no país, o oligopólio multinacional, suas causas e consequências serão transformados em debates regionais no Paraná e em outros estados, como uma forma de trazer soluções para pequenos agricultores e grandes produtores. Esse foi um dos encaminhamentos da audiência pública que debateu nesta segunda-feira,12, na Assembléia Legislativa os 15 anos de privatização do setor de fertilizantes no Brasil. “A partir de discussões regionais pretendemos forçar o governo federal a realizar pesquisas para buscar alternativas de uma agricultura não tão dependente do oligopólio internacional”, destacou o presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, deputado estadual Pedro Ivo (PT). Os deputados federais petistas Assis do Couto e Dr. Rosinha, representantes da Comissão de Agricultura e Frente pela Terra da Câmara Federal,respectivamente, também devem levar a discussão ao Congresso Nacional para buscar soluções políticas e proteger o pequeno agricultor do oligopólio internacional.No País, a Bunge detém o oligopólio do mercado de fertilizantes, responsável por altos custos de produção de lavoras como soja e cana-de-açúcar. De oito fábricas de fertilizantes existentes no Brasil, a Bunge controla seis. A Fosfértil mantém unidades em quatro Estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A Bunge possui 58,6% da empresa. Sócias minoritárias com poder de veto, as também multinacionais Mosaic e Yara possuem 24% e 14%, respectivamente. No Mundo, a Bunge faturou R$18 bilhões em 2006. Só o lucro da Fosfértil cresceu 93% em 2007. Em junho completam-se quinze anos da venda da Ultrafértil, antes de propriedade da estatal Petrobras, para a iniciativa privada. Hoje controlada pela multinacional Bunge, de origem holandesa e com sede nos EUA, a Ultrafértil (hoje chamada de Fosfértil) foi privatizada em 1993, durante o governo Itamar Franco.Além do oligopólio, somam-se outros problemas para os pequenos agricultores : a alta do preço internacional de derivados de nitrogênio, potássio e fósforo(NPK), matéria-prima dos fertilizantes; os custos portuários; impostos e dumping. O Paraná é um dos estados mais prejudicados por ser o quatro consumidor de fertilizantes do país, atrás de São Paulo e Minas Gerais.O líder do PT, deputado Professor Luizão, um dos idealizadores do encontro, defende que o governo federal, através da Petrobras, estimule novas pesquisas para a produção de nitrogênio, potássio e fósforo (NPK), matéria prima dos fertilizantes, cuja importação chega a 90%, uma das conseqüências da alta do produto. “Não vejo o porquê da Petrobras não produzir fertilizantes em uma de suas empresas, para acabar com essa dependência do mercado internacional. Precisamos garantir um pouco de lucro para o pequeno produtor”, ressaltou.O deputado estadual Elton Welter(PT), líder do bloco agropecuário da Assembléia Legislativa, defende ações para estimular a produção de NPK no país, e a produção produtos genéricos e orgânicos na agricultura. “Temos de encontrar soluções para o aumento da fertilidade do solo sem a utilização de fertilizantes químicos. Encontrar alternativas para acabar com essa dependência do mercado internacional”.O secretário estadual da Agricultura, Valter Bianchini também defende ações para estimular o uso de produtos genéricos e orgânicos na agricultura. “Defendemos uma prática de manejo de solos, uso de fosfatos naturais, uma agricultura que não seja tão dependente. Já há um grupo do Ministério da Agricultura que discutindo que a Petrobras volte a contribuir com a produção de nitrogênio”, destacou.O coordenador geral do Sindiquímica, Paulo Roberto Fier, fez um histórico das privatizações do setor, em 92, que começou com a venda da Fosfértil e Ultrafértil, que eram de propriedade da Petrobras e foram adquiridas pela Fertifós. Denunciou o desrespeito aos trabalhadores, que são vítimas cada vez mais freqüentas de acidentes de trabalho, motivados pela falta de manutenção dos equipamentos. Na unidade de Araucária, vários acidentes foram registrados ao longo dos anos, como explosões e vazamentos. “Os trabalhadores se deixaram levar pelo canto da sereia. Agora, o consumidor também está perplexo quando do vê o preço de um saco de feijão. Como ficará o pequeno agricultor? Qual a garantia, onde estão os senhores que propagavam a privatização em 1993? Quem paga a conta é a sociedade”, esbravejou. O sindicalista também denunciou o aniquilamento dos pequenos agricultores que foram prejudicados pela suspensão da venda de fertilizantes na porta da fábrica. Obrigados a adquirirem o produto das grandes misturadoras, os pequenos produtores tiveram que pagar até 300% mais caro e tiveram suas atividades inviabilizadas. Os altos preços dos insumos e de fertilizantes também são decorrentes da falta de estrutura de descarregamento dos portos marítimos. O diretor executivo da Ama Brasil (Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil), Carlos Eduardo Florence que representa mais de 60 misturadores, citou que a indústria paranaense perde 35 mil dólares por dia com a taxa de demurrage (quando o navio fica na fila de espera para descarregar a carga). Também participaram do debate, o deputado federal André Vargas (PT), o dirigente nacional da Via Campesina Frei Sérgio Gorgën,o gerente industrial do Complexo de Araucária da empresa Fosfértil/Ultrafértil, José Carlos Penna Wageck, o representante do Ministério da Agricultura, Jorge Talamini,e o diretor da Associação do Engenheiros da Petrobras, Fernando Leite Siqueira.

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