Para Editoria de PolíticaDistribuído em 26/09/2005Jornalista: Vanderlei RebeloLIDERANÇAS SE DESPEDEM DE ERONDY SILVÉRIOCentenas de pessoas foram à Assembléia Legislativa nesta segunda-feira se despedir do ex-presidente da Casa Erondy Silvério, que morreu aos 82 anos no domingo por causa de traumatismo craniano, provocado por uma queda em sua casa, sábado à noite. O corpo do ex-deputado foi cremado em Campina Grande do Sul, em cerimônia acompanhada pela família.O velório, no saguão da Assembléia, foi acompanhado por várias lideranças políticas. Estiveram lá o ex-governador Jayme Canet Júnior, o vice-governador Orlando Pessuti e o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, além de vários deputados e ex-deputados, muitos deles contemporâneos do período em que Silvério exerceu mandatos parlamentares.“Erondy Silvério caracterizou sua ação política pela retidão de princípios, pela firmeza na defesa daquilo em que ele acreditava e, sobretudo, pela fidelidade aos compromissos assumidos”, disse Hermas Brandão.Para Canet Júnior, o ex-deputado “era um companheiro leal e muito firme, com quem tive a honra de trabalhar”, fazendo referência ao fato de que Silvério era uma das lideranças mais representativas, na Assembléia, no período em que foi governador do Estado (1975/1979).“O Erondy era ousado, defendia suas posições com determinação. A par disso, era uma pessoa afável, extremamente generosa”, lembrou Orlando Pessuti que, tal como Hermas Brandão, exerceu mandatos com Silvério, na Assembléia, entre 1982 e 1994. “O que mais marcou o Erondy foi a lealdade”, afirmou o ex-deputado federal Norton Macedo. “Cumpria religiosamente a palavra empenhada nos acordos que firmava”.PerfilNascido em Guarapuava em 1923, de família pobre, Erondy Silvério radicou-se em Curitiba nos anos 40. Foi cobrador de ônibus, motorista e empresário do transporte coletivo na capital, num tempo – início da década de 50 – em que o setor apenas engatinhava rumo à profissionalização. Ele tomou parte na comissão de empresários pioneiros do transporte que negociou com o então prefeito Ney Braga, no começo de 1955, a estruturação do setor.Silvério elegeu-se vereador de Curitiba e exerceu interinamente o cargo de prefeito. Em 1966, elegeu-se deputado estadual e dois anos mais tarde chegou à presidência da Assembléia Legislativa. A partir de então, exerceu seguidos mandatos de deputado, até 1994, desempenhando as funções de líder de governo nas gestões de Paulo Pimentel, Ney Braga e Hosken de Novaes.