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Imagine se os alimentos, industrializados, processados, tivessem rótulos coloridos que indicassem o nível de gordura que possuem? Pois um projeto em tramitação na Assembleia Legislativa apresentado pelo deputado Rasca Rodrigues (PV) prevê, não apenas indicar por meio de um selo (vermelho, amarelo, verde e dourado) os melhores e piores alimentos para a saúde, como cobrar impostos mais altos para os piores e mais baixos para os melhores. O objetivo é combater as doenças causadas pelo excesso de peso nas diferentes faixas etárias e níveis sociais da população paranaense, diz o autor da proposta.
(Sonora)
O projeto já foi protocolado e depois de ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deve passar pela Comissão de Saúde da Casa. Rasca diz que vai promover audiências públicas para tentar “convencer” os deputados e o Governo do Estado sobre o que representa essa aprovação. O primeiro passo foi trazer o cirurgião bariátrico, João Caetano Marchesini para participar do Grande Expediente na sessão desta quarta-feira (16). Ele falou sobre a rotulagem, mas principalmente, apresentou números alarmantes da obesidade no Brasil, no mundo e no Paraná.
Por exemplo, disse que desde os anos de 2004/2005, a epidemia da obesidade começou a atingir as Américas do Norte e do Sul e os países da África e da Ásia. Atualmente, no mundo, são dois bilhões de obesos. Uma doença potencialmente mortal. No Brasil, são quase 30 milhões de obesos e 51% da população está acima do peso. Doença que, segundo o médico, vai trazer um custo imenso o futuro para o estado. E continuou: O Brasil é o 5º país do mundo em números de obesos. Ultrapassou o México no ranking, justamente porque o país da América do Norte aprovou uma proposta parecida de tributar alimentos calóricos. Nesse caso, os refrigerantes. O Dr. João Caetano Marchezini acredita que, se nada for feito, podemos pular para a primeira posição em alguns anos.
(Sonora)
Ainda pelos números apresentados pelo médico, que é o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, o Paraná é o 9º estado brasileiro em problemas de obesidade. E lembrou que são as crianças e os jovens que mais causam preocupação. Um estudo feito em 2013 pelo Governo do Estado com 17 mil adolescentes em fase escolar, em 305 escolas de 94 cidades, apontou que que 23% das crianças apresentavam sobrepeso e 7%, em média, já estavam obesas. Uma legião de adultos doentes para o estado. O Dr. João Caetano diz que se o Paraná aprovar a proposta, será pioneiro no país no combate à obesidade, a começar pela infantil.
(Sonora)
Na prática, funcionaria assim: O produto que receber o rótulo dourado, é o de maior segurança alimentar. Já o que receber o vermelho será considerado extremamente calórico e pelo projeto, teria tributação mais alta que os amarelos e os verdes. Por exemplo. A ideia é que, com a arrecadação, o Estado poderia subsidiar a agricultura na produção de alimentos saudáveis. Com isso, ganham a economia, a população e as próximas gerações, avaliam os especialistas.
Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.