A posição foi defendida ontem pelo diretor comercial da empresa, Natálio Stica, durante exposição feita à Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa, quando informou que o sistema para tratamento do esgoto doméstico custa quatro vezes mais caro do que o da água. Ao final da reunião, o relator Elton Welter (PT) informou que seu parecer será contrário à iniciativa, que inviabilizaria toda a ação social da empresa, em seu entendimento. Na reunião presidida pelo deputado Edson Strapasson (PMDB), Stica informou que se o atual percentual de 80% fosse reduzido pela metade, conforme propõe a iniciativa do deputado, o impacto imediato da medida seria um grande aumento na tarifa de água para manter a viabilidade da empresa e o inadimplemento dos contratos de concessão assinados. Outras conseqüências seriam a inviabilização de programas como o da Tarifa Social, que atende 362 mil famílias; a paralisação de todos os investimentos na ampliação dos sistemas de água e esgoto e a redução dos índices de atendimento. MENOR Segundo Stica, o percentual cobrado no Paraná é inferior a de vários outras Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde o cliente paga 100% de tarifa de esgoto, em relação ao valor cobrado pela tarifa de água. Já, o menor percentual aplicado se registra em Minas Gerais, que cobra 60%, mas coleta apenas 42,8% do esgoto produzido no Estado e trata só 28%. No Paraná, 48,7% dos esgotos são coletados e todo ele recebe tratamento. O diretor da Sanepar mostrou ainda que o custo do tratamento do esgoto por litro é de R$ 0,0013 e que com o custo de um litro de água mineral (R$ 1,60) é possível pagar o tratamento de 1.223 litros de esgoto. Disse ainda Stica que o custo de implantação do sistema de abastecimento de água por ligação residencial é de R$ 1.250,00, com o custo de operação mensal por ligação sendo de R$ 22,12. Já, o custo de implantação do sistema de coleta e tratamento de esgoto por ligação residencial varia até R$ 5 mil, com o custo de operação mensal por ligação chegando a R$ 24,38. Lembrou ainda que a legislação relativa ao tratamento de efluentes das estações de esgoto é bastante rigorosa, visando preservar os rios, que são o destino final dos resíduos após o total tratamento, o que torna as obras extremamente caras. Participaram da reunião da Comissão de Fiscalização os deputados Edson Strapasson (PMDB), Elton Welter (PT), Antonio Belinati (PP), Elio Rusch (DEM), Dobrandino Gustavo da Silva (PMDB), Reni Pereira (PSB) e Mauro Moraes (PMDB). O parecer do relator deverá ser votado durante a próxima reunião da Comissão.
