15/05/2007 15h23 | por Assessoria de Imprensa / Luiz Carlos Castilho / (41) 3350-4069 / (42) 3224-2375 - (42) 9119-1523
O deputado Jocelito Canto, PTB, se pronunciou ontem na Assembléia Legislativa, quando lamentou a situação da Saúde no Estado, relatando que, no final de semana, a vida de uma criança pode ser salva graças a um cheque de caução no valor de 10 mil reais, emitido pela Instituição Garagem da Esperança, que garantiu atendimento em hospital particular de Curitiba. O deputado relatou que, tendo procurado a 3ª Regional de Saúde, não obteve respaldo e criticou o governo pela falta de atenção para com a família de baixa renda, segundo ele, mesmo que tal atenção signifique salvar uma vida.EstranhaNo início de seu discurso, Jocelito Canto comentou declaração do líder do governo na AL, Luiz Cláudio Romanelli, segundo o qual, deputados considerados como governistas estariam adotando “posturas estranhas”, citando o próprio Jocelito como exemplo, mas, que estaria, hoje, se constituindo em um dos mais fortes críticos do governo, “levado pela emoção”. Segundo o petebista, “emoção” é um ensinamento do governador Roberto Requião, que ele segue em sua atuação parlamentar.A partir desta introdução que Jocelito Canto acusou a falta de sensibilidade do governo estadual, na área da Saúde Pública, relatando fato ocorrido no final de semana, em Ponta Grossa. Utilizou, também, trecho da “Carda de Puebla”, segundo a qual deve-se governar para os mais pobres, ensinamento que disse ter transmitido aos eleitores que votaram em Requião.ChequeIronizando o fato do atual governador se dizer um seguidor da “Carda de Puebla”, Jocelito apresentou pó que chamou de “trecho inédito” daquele documento, a cópia de um cheque, emitido pela Garagem da Esperança (da qual é presidente de Honra), no valor de 10 mil reais, comentando: “Este é o preço de uma vida”. Tal cheque serviu como caução em hospital particular de Curitiba, o “Vita”, que dispõe de leitos de UTI pediátrica, “para salvar a vida de uma criança de sete anos, um menino órfão de pai e de família humilde”, porque, em Ponta Grossa, não havia leitos disponíveis.DesesperoDe acordo com o deputado, no sábado, ouviu, na “Garagem” o apelo de uma cidadã, segundo a qual seu sobrinho poderia falecer, porque não foi atendido no Hospital da Criança. Jocelito ouviu de um médico daquele hospital público que a criança não sobreviveria sem atendimento especial em uma UTI. Vários contatos foram, então, mantidos pelo deputado, inclusive com a Central de Leitos que, ao que soube, teria orientação de não atender pedidos de políticos.Sem encontrar respaldo e não existindo vagas na cidade, Jocelito procurou hospitais de Curitiba conveniados com o Sistema Único de Saúde – SUS, mas, também sem sucesso.ParticularFinalmente, disse o deputado em seu relato, soube que o Hospital “Vita”, particular, da Capital, havia montado uma UTI pediátrica, mas, sem convênio com o SUS. Confirmada a existência de vaga, Jocelito Canto determinou a transferência do garoto para aquela casa hospitalar. Informado sobre o procedimento e que haveria a necessidade do depósito de 10 mil reais (custo diário de dois mil reais), a busca foi por uma UTI móvel para o transporte da criança.Quatro horas depoisCom o cheque assinado, foi procurada a Terceira Regional da Saúde e a promessa foi da liberação imediata da ambulância. Entretanto a UTI móvel somente deixou a cidade por volta de 15:30 horas, quatro horas depois da solicitação. Mesmo assim a criança pode ser salva e está se recuperando, contou Jocelito Canto.O deputado tomou o cuidado de indagar à médica responsável pelo atendimento se, de fato Unidade de Terapia Intensiva salva vidas, obtendo uma resposta afirmativa, pois, afirmou a profissional, não houvesse a providência tomada e a criança teria perecido.Em seu pronunciamento, Jocelito Canto acusou que o governo do Estado “renega os seus”, comentando que “renegar deputados, a gente já está acostumado, mas, não aceitamos que renega uma criança pobre, moradora de uma favela”.Cadê a chefe?Dizendo que “não basta o discurso, é preciso ação”, Jocelito Canto questionou: “Cadê a chefe da Terceira Regional de Saúde (Lenir Monarstirski), para atender à nossa gente?”. Indagou, também, “quanto vale uma vida?”, acusando que outros casos ocorrem sem a devida atenção.Considerou Jocelito Canto que o governador Roberto Requião (“que eu ajudei a eleger”), não deve ter conhecimento daquilo que ocorre em seu governo, como no caso que relatou. E disse acreditar que, pela sua humildade, “a mãe dessa criança deve ter votado em Requião, acreditando que seu governo daria prioridade aos pobres, como impõe a Carta de Puebla”. Outra ressalva feita por Jocelito foi que “coisas estão acontecendo, melhorias estão sendo feitas”, mas, cobrou mais seriedade e maior rapidez, “porque, do jeito que está, não pode continuar”, falou, com indignação.