o Mofo Na Educação

13/03/2006 17h22 | por Luiz Carlos Martins
A volta às aulas tem sido marcada por uma queda de braço entre pais e governo do estado. As pessoas ligam para a Banda B e contam que não estão conseguindo vagas para os seus filhos. Outras reclamam que não há transporte escolar e por causa disso os estudantes são obrigados a caminhar até 5 km para chegar à escola onde estão matriculados. Muitas escolas estão dispensando os alunos mais cedo por falta de professores. Pior, em alguns casos as turmas são submetidas a um rodízio porque não há salas suficientes.Enquanto o governador anuncia a inauguração e ampliação de escolas, as reclamações da população continuam neste início de ano letivo. Para o governo, essas reclamações podem representar um grão de areia no universo de 1,4 milhão de estudantes em todo estado. A Secretaria de Educação acusa a imprensa de superdimensionar a questão ao divulgar casos isolados. Mas, não é essa a conta que deve ser feita. Estamos falando de pessoas que buscam o ensino público e não estão sendo atendidas nas suas necessidades mais primárias.Diariamente recebo reclamações de pessoas de muitos bairros de Curitiba e dos municípios da região Metropolitana. Das mais de 300 ligações que a emissora recebe diariamente, 40% são protestos de pais que não estão sendo atendidos pelo estado, desde o início das aulas. Não dá para calcular o tamanho do problema, mas dá para afirmar com segurança que não se trata de casos específicos, e muito provavelmente têm a mesma origem. É preciso lembrar que o que se chama de rede de ensino vai muito além de um conjunto de prédios escolares. A rede deve ser formada por uma administração moderna, menos burocrática, permitindo que o atendimento à população seja claro e rápido - da sala do ministro da Educação aos corredores das escolas todos têm que falar a mesma língua. O sentimento a prevalecer na rede é que o cidadão saia com a certeza de que o seu direito à educação está garantido.O que acontece neste país que com todas as facilidades que a informática e as telecomunicações dispõem, com aumento do número de pessoas com curso superior e, portanto, profissionalmente mais preparadas, o sistema público educacional continua cheirando a mofo? A resposta é simples. De nada adianta toda parafernália tecnológica e profissionais atualizados, se a compreensão do papel do poder público não muda.A educação tem que deixar de ser mercadoria de barganha no orçamento do país, senão o Brasil vai amargar mais duas centenas de anos de atraso que só farão aumentar o abismo social. A conseqüência disso eu não sei. Não estarei vivo para ver.Esta é a minha opinião.

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