27/09/2007 14h10 | por Edson Fonseca / 41 3350-4058 / MATÉRIA DE RESPONSABILIDADE DO GABINETE DO DEPUTADO FABIO CAMARGO
Os técnicos da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) apresentaram um estudo sobre o impacto das tarifas do pedágio na Comissão Especial de Investigação da Assembléia Legislativa, na sessão realizada na última quarta-feira à noite. Para a entidade, é urgente um entendimento entre o governo, concessionárias e as instituições afetadas para que o alto valor cobrado para se utilizar as principais rodovias paranaenses não provoque danos na organização econômica do Paraná.A apresentação esteve a cargo de Nelson Costa, superintendente da Ocepar, e Robson Masioletti, analista econômico da entidade. “Hoje já estamos um fenômeno grave. Com a alta dos preços dos fretes para se transportar a produção do interior do Estado para o Porto de Paranaguá devido ao pedágio, as indústrias estão se instalando em Curitiba e Região Metropolitana, porque o custo para chegar ao porto é menor. O que sobra para o interior do Paraná é apenas o agronegócio”, explica Nelson Costa.Para o presidente da CEI, deputado Fabio Camargo (PTB), a comissão tem por objetivo encontrar um meio jurídico de baixar a tarifa, mas o entendimento pode ser um caminho. “O importante é que ao final do processo o interesse público seja preservado e os paranaenses possam pagar uma tarifa mais justa”, afirma Camargo.Efeito colateralO estudo da Ocepar aponta ainda as conseqüências da falta de instalação de indústrias no interior do Paraná, como a migração da população para a região de Curitiba. Esse fato explica a perda de população em boa parte dos municípios paranaenses, uma vez que o agronegócio tem uma capacidade menor de gerar empregos que os setores industriais e de serviços.O relator da CEI, deputado Plauto Miró (DEM) questionou ainda sobre a utilização das ferrovias como alternativa. Os técnicos da Ocepar revelaram que a privatização do setor ferroviário provocou uma outra distorção. “O preço do transporte é cobrado com base no custo do transporte rodoviário. Ou seja, a empresa encarregada da ferrovia dá um desconto sobre o que é cobrado pelos caminhões. Essa situação é inexplicável, uma vez que o preço deveria ser desvinculado, ou seja, de acordo com o custo ferroviário”, revela Nelson Costa.Vale-pedágioOutro ponto levantado na reunião foi a questão do vale-pedágio. De acordo com os técnicos da Ocepar, existe apenas uma empresa no Brasil credenciada a fornecer os tickets do vale-pedágio. Uma empresa do Rio de Janeiro, associada à Visa, que cobra 5% do valor da tarifa. “Os embarcadores estão proibidos de dar em dinheiro o valor do pedágio para os caminhoneiros, com isso, a empresa tem um lucro certo e o frete fica ainda mais caro para os produtores”, afirma Costa.Para o vice-presidente da CEI, deputado Cleiton Kielse, está claro que é preciso voltar a debater o tema pedágio entre todas as partes envolvidas. “Ao final da comissão, pretendemos reunir representantes das concessionárias com todos os setores envolvidos, em uma espécie de audiência pública para buscar o caminho do entendimento”, conclui o deputado.