A bancada da Oposição vai protocolar nesta terça-feira,11, uma ação judicial pedindo liminar para impedir a compra pela Copel da particiação da multinacional francesa Sanedo no Consórcio Dominó. A Sanedo possui 30% das ações e a Copel controla atualmente 15% das ações da Sanepar pertencentes ao Consórcio Dominó. Os deputados da oposição pretendem ingressar com a ação no Tribunal de Justiça após as explicações que serão dadas pelo presidente da Copel, Rubens Ghilardi e outros representantes da negociação, em audiência pública na Assembléia marcada para as 13 horas e 30 minutos desta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça. Os deputados entendem que a pretendida compra das ações da Sanedo pela Copel não atende aos interesses do Paraná, que a negociação é ilegal e existe a suspeita que o negócio beneficia intermediários ocultos. “O que queremos é uma explicação. Estranhamos a forma como esse negócio está sendo feito. O governo está tomado de uma rapidez nessa transação que é preocupante”, alertou o deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da Oposição. A compra das ações, segundo a avaliação dos deputados, não dará à Copel o controle acionário da Sanepar que vem sendo perseguido obsessivamente pelo governador Roberto Requião desde o início do seu mandato. A Copel ficaria, comprando a participação da Sanedo, com 45% das ações da Sanepar pertencentes ao Consórcio Dominó. Existe um impedimento constitucional para a Copel participar de empresas como acionista minoritária. Finalmente existem indícios que um intermediário estaria levando meio milhão de euros nessa negociação. Acordo A decisão de realizar a audiência partiu de um requerimento apresentado semana passada pela bancada da Oposição convocando Rubens Ghilardi, presidente da Copel; Sergio Botto de Lacerda, procurador do Estado; João Bonifácio Cabral, presidente do Conselho de Administração da Copel e Raul Munhoz Neto, diretor de Geração e Transmissão de Energia e de Telecomunicações. E ainda um convite seria encaminhado ao presidente do Conselho de Administração da Dominó Holding. Marlik Bentabet será convidado Após acordo, a Liderança do Governo pediu para adiar o requerimento com o compromisso de marcar uma audiência entre os deputados e os representantes das duas empresas. Argumentos Um dos argumentos da bancada de oposição é a Lei Estadual 14.286, de 2004, que autoriza a Copel a se associar à iniciativa privada para desenvolver atividades nas áreas de comunicação, telefonia e outras, somente quando for a acionista majoritária. A lei também trata de parcerias já existentes, estabelecendo que a autorização será concedida nos casos em que a negociação leve a empresa a ter o controle do consórcio. Governo falta com a verdade e sonega informações, diz Plauto (Box) O deputado Plauto Miró Guimarães afirmou que o governo esconde a verdade e tenta induzir os deputados a erro na questão das negociações das ações da Sanepar com o Consórcio Dominó, o que só reforça a determinação da oposição de embargar as negociações na Jusitça. “Um porta-voz do governo informou que a Copel negociava com a Daleth, que detém 27% das ações no Consórcio Dominó. Afirmou que a Copel estaria trocando a participação na Sercomtel com a Brasil Telecom, participante da Daleth”, disse o Plauto. Para o deputado, o governo esconde o jogo. “Faltou a verdade nessas informações. A Brasil Telecom não tem ações suficientes entre os fundos que compõem a Daleth. O governo através do representante se colocou na defesa, mais uma vez omitiu informações. Mais uma vez a falta de verdade tomou conta”, concluiu. O consórcio Dominó Holdings S/A comprou 39,7% das ações da Sanepar em junho de 1998. O consórcio é formado pelo grupo francês Sanedo (ex Vivendi - 30%), AG Concessões (27,5%), Daleth Participações (27,5%) e a Copel Participações (15%). Na composição acionária da Daleth, a BrasilTelecom estaria inserida nos 2,9% pertencentes a “outros” (sócios não nominados na estrutura).