O relatório que normatiza e aponta os caminhos para a criação do Plano Estadual de Cultivo Florestal no Paraná foi apresentado oficialmente na manhã desta terça-feira (18) durante uma reunião no auditório legislativo da Assembleia aos deputados que compõem o Bloco Agropecuário. Ele foi elaborado a partir da realização de uma audiência pública na Casa, onde ficou constatada a necessidade do Paraná ter regras próprias para cultivar as florestas gerando renda aos produtores sem prejudicar o meio ambiente. Foram feitas reuniões semanais durante cinco meses entre representantes de 40 instituições ligadas ao setor. Entre elas, Instituto Estadual de Florestas, Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (SEAB) e Emater. Com isso, foi possível chegar aos pontos principais ara a criação do Plano. O diretor administrativo e vice-presidente do (Banco Regional do Extremo Sul (BRDE), Orlando Pessuti, participou da reunião e disse que a instituição tem sido parceira do setor e está aberta para fechamento de novos contratos.
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Segundo o representante da Emater, que coordenou o grupo de trabalho, Amauri Ferreira Pinto, é preciso criar uma política pública para os cultivos florestais no Paraná preservando a mata e as nascentes dos rios. Entre os caminhos apontados, estão a Integração da atividade florestal às de agricultura, pecuária e utilizando as áreas degradadas. O líder do Bloco, deputado Cláudio Palozi (PSC), lembrou que no Noroeste, região que ele representa na Assembleia, existem pelo menos 300 mil hectares de áreas nessas condições. Palozi recebeu o documento e se propôs a marcar uma audiência com o secretário estadual da Agricultura, Norberto ortigara, para dar encaminhamento à proposta.
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Entre as sugestões do relatório estão o plantio de árvores nativas para recuperar o solo, a regionalização e a discussão dessa interação com outros setores. O objetivo é estruturar as bases para o cultivo florestal, criando uma legilação para dar segurança ao produtor, com um órgão do Governo ficando responsável por gerir o setor, investindo e fortalecendo a indústria.
A madeira foi a primeira fonte de energia utilizada pelo homem e ainda hoje é a forma mais barata de produzir energia, alegaram os técnicos. No Paraná, ela é o terceiro item em números de exportação, 13,7%, perdendo para a soja e o frango. Gera 76 mil empregos diretos e 150 mil indiretos. Por isso, é fundamental a criação do Plano Estadual. O Paraná produz por ano 52 milhões de metros cúbicos de madeira, mas recebe muito material vindo de fora.
Amauri Ferreira diz que o estado possui um milhão e 400 mil hectares de floresta, mas que precisa chegar aos dois milhões de hectares para a atividade florestal, sem atrapalhar outras cadeias, nos próximos vinte anos. E isso é sim possível, na opinião dele.
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Apesar de no Brasil a floresta crescer mais rápido que em outros lugares do mundo, e o Paraná ter a melhor madeira produzida no país, o maior desafio dos mais de 80 mil produtores paranaenses ainda é o tempo que a floresta leva para produzir: em média, cinco anos.
Participaram da reunião o diretor-presidente do Instituto de Florestas do Paraná, Benno Henrique Doetzer, o diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Carlos Mendes, técnicos que ajudaram na elaboração da proposta e os deputados Márcio Pacheco (PPL), Rasca Rodrigues (PV), Fernando Scanavaca (PDT), Tião Medeiros (PTB), Márcio Nunes (PSD), Guto Silva (PSD), Elio Rusch (DEM), Nereu Moura (PMDB), Pedro Lupion (DEM), Tercílio Turini (PPS) e Nelson Luersen (PDT), que afirmou: o setor precisa ser organizado no Paraná.
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Da Assembleia Legislativa do Paraná, Cláudia Ribeiro.