Projeto institui campanha para promoção da saúde masculina

08/02/2012 17h34 | por Nádia Fontana
Deputada Cantora Mara Lima (PSDB) durante seu primeiro pronunciamento em 2012: “Temos que nos preocupar também com a saúde dos homens de nosso estado”.

Deputada Cantora Mara Lima (PSDB) durante seu primeiro pronunciamento em 2012: “Temos que nos preocupar também com a saúde dos homens de nosso estado”.Créditos: Nani Gois/Alep

Deputada Cantora Mara Lima (PSDB) durante seu primeiro pronunciamento em 2012: “Temos que nos preocupar também com a saúde dos homens de nosso estado”.
O projeto de lei nº 861/11, da deputada Cantora Mara Lima (PSDB), instituindo o mês “Agosto Azul”, dedicado ao desenvolvimento de ações que visem a promoção da saúde do homem, foi aprovado nesta quarta-feira (8) pelo Plenário da Assembleia legislativa, em primeira discussão. “Temos que nos preocupar também com a saúde dos homens de nosso estado”, afirma a deputada, que já é autora do projeto nº 641/11, convertido na Lei Estadual de nº 16.935/11, estabelecendo o “Outubro Rosa”, período do ano dedicado à promoção de campanhas para a saúde das mulheres.

Mara Lima explica que a finalidade da proposição é desenvolver uma nova e ampla campanha de prevenção anual, com o intuito de informar os homens sobre a importância do tratamento e cuidados com a saúde, semelhante às campanhas já dedicadas às mulheres. “Essa campanha deve ainda alertar sobre os sintomas relacionados às doenças mais comuns na fase madura e o diagnóstico e o tratamento endocrinológico precoce”, alerta.

Entre os problemas que mais preocupam, a deputada cita o câncer de próstata, as cardiopatias e as doenças pulmonares. De acordo com o projeto de lei, no mês “Agosto Azul” o poder público, em parceria com a iniciativa privada e com entidades civis, deve realizar campanhas de esclarecimento, exames e outras ações educativas e preventivas visando a promoção da saúde do homem, priorizando áreas como a cardiologia, a urologia (câncer de próstata), a saúde mental, a gastroenterologia e a pneumologia. A deputada também justifica a proposição citando dados do SUS (Sistema Único de Saúde) que revelam que em 2008 aproximadamente 75% das enfermidades registradas pela população masculina com idade entre 25 e 59 anos envolveu essas cinco especialidades.

Mortalidade – Informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que, em 2009, mais de 49 mil homens receberam o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil. Esse número representa 52,43 casos da doença a cada 100 mil pacientes masculinos. Assim, o câncer de próstata está entre os mais frequentes, só superado pelo câncer de pele não melanoma. Ainda de acordo com o Inca, a taxa de mortalidade por câncer de próstata passou de 6,31 em 1979, para 13,93 em 2006, o que representa um aumento de 120%.

O Inca alerta ainda que “mais do que qualquer outro tipo, o câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos”. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida. Os especialistas do instituto explicam que alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte.

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