Romanelli Divulga Discurso de Requião No Encontro da Militância do Pmdb

31/10/2007 15h57 | por Zé Beto Maciel / Luiz Filho / Daniel Abreu / 41 9648-1104 - 9241-2401 - 9121-2114 - 3350-4191 / poetagotico@msn.com - contato@luizromanelli.com.br - h
O deputado Luiz Cláudio Romanelli, líder do Governo da Assembléia Legislativa, divulgou nesta quarta-feira (31) o discurso do governador Roberto Requião realizado nesta terça-feira (30) durante encontro dos presidentes das 10 zonais do PMDB de Curitiba e com os 111 pré-candidatos a vereador na capital do Paraná.Requião, no seu discurso, convocou a militância do PMDB para fazer a diferença nas eleições municipais de Curitiba. “A eleição para prefeitura de Curitiba pode ter uma campanha clientelística com larga contratação de cabos eleitorais, mas pode ter uma campanha de postura, uma campanha de opinião, uma campanha de mobilização pela opinião clara a respeito de cada uma das questões urbanas”, disse.“O PMDB tem que ter uma campanha de atitude. Não uma campanha que pensa em levantar milhões de reais para entrar no jogo da corrupção, no jogo terrível da compra de cabos eleitorais. Temos que mexer com nossa militância, temos que acreditar naquilo que estamos fazendo”, completou Requião.O encontro reuniu as principais lideranças do partido, entre eles, os presidentes Waldyr Pugliesi (diretório estadual), Doático Santos (diretório municipal) e Rafael Xavier (JPMDB de Curitiba); os deputados Luiz Claudio Romanelli e Alexandre Curi; o secretário-geral, João Arruda; o pré-candidato à prefeito de Curitiba, Carlos Moreira; os secretários estaduais Nizan Pereira (Assuntos Estratégicos), Rasca Rodrigues (Meio Ambiente) e Gilberto Martin (Saúde); além dos 110 pré-candidatos às 38 cadeiras da Câmara de Vereadores da capital paranaense.MILITÂNCIA - Romanelli disse que o partido está preparado para disputar e vencer as eleições em Curitiba. “Faremos convenção no próximo dia 25. Temos uma chapa de consenso que representa todos os setores do partido e os pré-candidatos a prefeito vão debater junto a militância as propostas e a construção de um plano de governo para Curitiba”, disse Romanelli“Temos força, temos militância e temos o único partido no Paraná que tem vida orgânica, que dialoga com os movimentos sociais, que incentiva e participa da organização de entidades e diversos setores da sociedade. Essa é capilaridade do PMDB e que vai se refletir, mais uma vez positivamente, nas eleições de 2008”, completou.DEBATE - Ao PMDB, segundo Doático Santos, não faltam disposição, sola de sapato, fé e coragem para a campanha eleitoral de 2008. “Vamos aos bairros, às ruas, de casa em casa, mostrar a população de Curitiba que é necessário às mudanças na prefeitura e na Câmara de Vereadores”, destacou.O secretário-geral João Arruda disse que a mobilização da militância será a marca do PMDB nas eleições. “Primeiro vamos ao debate com os pré-candidatos, depois temos a convenção, e no próximo ano temos muito trabalho, mas temos o fundamental: uma militância aguerrida e um partido organizado que reúne as lideranças do MDB velho de guerra com os jovens com a mesma disposição e espírito de luta”, disse.VELHA CHAMA - Requião, por sua vez, convocou os “companheiros do PMDB a acender a velha chama”. “Iniciem o debate e conte comigo para ganhar essa eleição. Não entro na disputa para perder. A derrota é um acidente com qual eu ainda não me acostumei e não espero conhecê-la nesta oportunidade e desta vez, nem em Curitiba, nem nas principais cidades do Paraná”, disse Requião.“A prefeitura do PMDB é a prefeitura da produção, é a prefeitura de quem dá emprego, é a prefeitura de quem não tem emprego, é a prefeitura de quem mora na periferia”, completou Requião.BoxÍntegra do discurso do governo Roberto Requiãono encontro do PMDB de Curitiba – dia 30/10/2007A eleição para prefeitura de Curitiba pode ter uma campanha clientelística com larga contratação de cabos eleitorais, mas pode ter uma campanha de postura, uma campanha de opinião, uma campanha de mobilização pela opinião clara a respeito de cada uma das questões urbanas.Quero lembrar para vocês um pouco dos nossos antigos discursos: a cidade deve vestir o homem como a concha veste o molusco do caracol. A cidade deve abrigar as pessoas, dar segurança. A cidade é um espaço da solidariedade e do encontro. É a cidade da esquina e da vendinha da esquina, é a cidade do bar, é a cidade da loja onde as pessoas se encontram. Nós não podemos admitir uma sociedade dividida entre os que não comem e os que não dormem. Os que não comem porque não têm o que comer e os que não dormem porque têm medo dos que não comem. A cidade não pode ser uma cidade única e exclusivamente vinculada ao capital e aos bens de produção. As pessoas que detém o comando da produção, da indústria, do comércio, dos serviços, e que levam para os bairros aonde moram todo o equipamento urbano que uma cidade moderna pode oferecer. E Curitiba oferece os melhores equipamentos urbanos disponíveis em qualquer cidade do mundo. A cidade deve ser a cidade da solidariedade e do trabalho. A cidade não autarquizada que segrega as pessoas aonde dormem e moram e que se vê por ali, durante o dia, pela manhã, horas e horas dentro do ônibus para o local onde sua mão-de-obra é explorada. É a cidade das pessoas que tem valeta a céu aberto na frente da sua casa, que procuram o posto de saúde, matriculam seus filhos numa escola pública, que são beneficiados por programas sociais, do leite, do bolsa família. É a cidade dos pequenos e médios empresários, é a cidade da verdadeira produção.É a cidade que enfrenta a grande questão do nosso século: o que somos nós? Somos uma nação ou somos um mercado. O mercado só tem compromisso com o lucro, mobiliza quantias fantásticas com a velocidade da internet na bolsa de valores, quebra países, desemprega milhões, e viabiliza na especulação, nesse verdadeiro cassino, quantias inimagináveis para detentores do capital financeiro.Estamos em uma fase nova do capitalismo nos ensinava hoje pela manhã o frei Leornado Boff. Não é mais o capitalismo produtivo: o dinheiro que dá emprego, que produz bens, que produz serviços que viabiliza a vida em sociedade. Agora é a maldita era do capital financeiro. O mundo tem US$ 30 trilhões investidos no capital produtivo, mas pasmem os senhores, tem US$ 120 trilhões investidos nas bolsas de valores sem produzir um bem, apenas parasitando as economias, o trabalho e as pessoas.Frei Boff nos dizia depois que caiu o muro de Berlin e o muro sustentava aquela oposição saudável entre as políticas socialistas e as políticas capitalistas, civilizavam o capitalismo selvagem, garantia conquistas de trabalhadores, de salário e de saúde, caiu o muro de Berlin, e capitalismo avança no caminho da tantalização do trabalho.É o capital financeiro dominando tudo e o capital produtivo ao invés de enfrentar essa grande questão, do estado nação e do estado mercado, procura sobreviver pela precarização do trabalho, a volta da idade média, a supressão das garantias, a utilização das pessoas como mercadorias a ser consumidas pelas máquinas de produção globalizadas.O que somos? O mercado ou uma nação? O mercado tem um único objetivo: o lucro. A nação, não. A nação tem história, a história de um povo na conquista de seu território, regada com suor e sangue. A nação tem espaço, tem tempo, tem história do processo de construção de uma civilização. O mercado só tem um interesse: o lucro, a especulação, o grande cassino globalizado. A nação tem o compromisso com as pessoas, tem história, território, tempo, tempo passado, tempo presente, e o tempo futuro da construção de uma aventura de vida. O mercado só tem compromisso com o lucro. A nação é construída com amor e com solidariedade. O mercado só pensa no lucro.A idéia da globalização é uma idéia desesperada dessa pós-fase do capitalismo em que mesmo o capital produtivo que fez com que esse planeta avança tanto, apesar da despreocupação com o ecossistema e com a natureza, colocados em segundo e terceiro plano. A situação é tão dramática que o mega-especulador americano Jorge Soros, no seu ultimo livro, declara claramente: o livre mercado pode interessar a setores diversos da economia, jamais se preocupara globalmente com a existência do homem no planeta, com o bem estar, com emprego e com o salário.Nós temos que marcar essa posição. O PMDB tem que ter uma campanha de atitude. Não uma campanha que pensa em levantar milhões de reais para entrar no jogo da corrupção, no jogo terrível da compra de cabos eleitorais. Temos que mexer com nossa militância, temos que acreditar naquilo que estamos fazendo.E essa campanha de atitude está sendo construída. A cidade deve vestir o homem como uma concha veste um molusco do caracol. A cidade é um espaço do encontro, é um espaço da esquina, do amigo da esquina, é a cidade do bar do bairro onde as pessoas se encontram. Não é a cidade do shopping center, muralha fechada, onde as pessoas mais ricas conseguem o seu lazer e a sua compra e a tranqüilidade que não encontram nas suas casas. Casas sitiadas por uma postura absolutamente injusta do modelo econômico.Frei Boff, hoje de manhã, contou uma historia que leu em um livro de Juscelino Kubistchek na construção de Brasília. Juscelino chegou à Brasília e foi visitar os pedreiros que estavam construindo a catedral. Ele pergunta ao primeiro homem que encontra: - e você o que faz aqui? E ele disse: presidente eu amasso a massa que vai assentar os tijolos. Juscelino pergunta ao segundo e o segundo diz: - eu assento os tijolos com a massa que o companheiro esta misturando. E assim ele vai e cada um descrevia aquilo que imaginava estar fazendo. Até que Juscelino chega a um operário, de origem espanhola, que construía um muro, uma parede, não mais que uma parede. E o presidente pergunta: - E você companheiro, o que você faz aqui? E o espanhol operário que já vindo da guerra civil espanhola para a liberdade idealizada no Brasil livre, responde ao presidente: - Eu aqui estou construindo uma catedral.O PMDB do Paraná está construindo uma catedral. Não é a campanha da prefeitura, não é o Governo de Estado, está fazendo as marcas do governo de reação à exploração, ao neoliberalismo, à marginalização e a desvalorização do trabalho. E a prefeitura do PMDB é a prefeitura da produção, é a prefeitura de quem dá emprego, é a prefeitura de quem não tem emprego, é a prefeitura de quem mora na periferia e não teve nenhuma possibilidade de sobrevivência pelo próprio trabalho, acaba encontrando sobrevivência na marginalidade e na formação de quadrilhas.Não queremos uma cidade dividida. A cidade do PMDB é a cidade onde todos comem e, portanto, todos podem dormir. Essa cidade é possível. Ela é difícil, mas nós não estamos construindo o muro dessa catedral. Nós estamos erigindo a igreja inteira e isto é possível porque estamos estabelecendo definitivamente uma referência no Paraná e no Brasil.Campanha de atitude, campanha feita com coragem. E o partido começa agora a debater o seu programa. E de repente me apareça alguém me diz: Requião eu gostaria de ser prefeito. E não consegue responder duas perguntas que eu faço: por que e para que? O homem diz: eu disputando a eleição de prefeito, provavelmente não me eleja, mas vou conseguir divulgar o meu nome para disputar a próxima eleição para deputado estadual ou federal. Isto é absolutamente ridículo. O partido tem que entrar de cabeça na discussão da cidade sabendo o que quer. Porque afinal, os navios que não conhecem seus rumos, não podem receber ajuda do vento. Os ventos não auxiliam as naus que não sabem aonde vão.O PMDB é um partido de centro-esquerda, um partido inteligente, é um partido moderno. O PMDB sabe que vai fazer essa campanha sem se conflitar com aquilo que nos chamaremos de base de apoio do presidente Lula. Os partidos que junto conosco viabilizaram essa grande mudança que foi a eleição do presidente Lula com uma fantástica sensibilidade social e uma pobre mudança de modelo macroeconômico e neoliberal. Mas que se constitui com um verdadeiro governo de transição, feito com amor e feito com coragem. A passagem do domínio das elites, o domínio do egoísmo, do individualismo, da ambição estéril, para um governo cada vez mais transformador e popular.Acendam, companheiros, a velha chama, iniciem o debate e conte comigo para ganhar essa eleição. Não entro na disputa para perder. A derrota é um acidente com qual eu ainda não me acostumei e não espero conhecê-la nesta oportunidade e desta vez, nem em Curitiba, nem nas principais cidades do Paraná. Parabéns pela reunião.

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