A televisão tem quase as mesmas características dos 22 mil aparelhos de televisão adquiridos pela Secretaria da Educação do governo Requião que foram comprados a R$ 860,00 a unidade.“A diferença é que a minha vem com DVD embutido. É mais um diferencial, além do preço, em relação àqueles que foram comprados pelo Requião. O governo ainda não se livrou de explicar essa compra”, afirma Rossoni. “Agora está provado que o preço pago pelo governo do Estado foi superfaturado. Comprei uma única televisão, parcelada em dez vezes com preço bem inferior ao que foi pago. Imaginem se fossemos comprar as 22 mil unidades, com pagamento à vista e com a isenção do ICMS? O valor seria muito menor”, relatou Rossoni. “Se o Requião tivesse comprado pela internet esses 22 mil aparelhos de televisão economizaria R$ 2,6 milhões. Os televisores foram comprados por um preço maior do que se consegue a unidade e ainda por cima há isenção de ICMS, o que abaixaria o preço da televisão ainda mais”. “Se tivesse comprado a televisão onde eu comprei e aplicado a dedução do ICMS (18%) o preço da televisão baixaria para R$ 606,00, uma economia de R$ 5,6 milhões. Como comprou em grande escala poderia exigir um desconto de mais R$ 120 e o preço iria para menos de R$ 500,00. Essa história está mal explicada. É um escândalo que o governo precisa vir a público e explicar de forma definitiva e convincente”, encerrou Rossoni. O casoA Secretaria de Educação comprou em 14 de dezembro de 2006, 22 mil aparelhos de televisão no valor de R$ 860,00 cada, num custo total de R$ 18,9 milhões.A operação gerou desconfiança dos parlamentes em razão da empresa vencedora do pregão eletrônico, Cequipel, ser uma empresa especializada em vender móveis para escritórios e não equipamentos eletrônicos. A empresa Cequipel também foi apontada como uma das maiores doadoras da campanha de reeleição do governador Roberto Requião. A bancada de Oposição apresentou requerimentos pedindo explicações sobre o processo de compra destes televisores. As respostas enviadas pela Secretaria de Educação não foram satisfatórias e as dúvidas permaneceram.O prazo de entrega dos televisores também foi ponto de questionamento dos parlamentares. O início da entrega, previsto para março, aconteceu somente em junho em lotes de cinco mil unidades mensais.A suspeita dos deputados era a de que a Cequipel estaria customizando os televisores, ou seja, adaptando a entrada USB e o leitor de cartões nos aparelhos. Esses diferenciais foram apontados como justificativa do Governo para o custo elevado dos aparelhos, além da cor laranja dos aparelhos.Essa desconfiança dos deputados de Oposição foi confirmada no dia 12 de setembro, quando a Agência de Notícias do Governo do Estado divulgou nota afirmando essa operação.A aquisição dos televisores está sendo analisado pelo Ministério Público que também questiona a lisura do processo de compra. A utilização dos aparelhos em sala de aula, prevista inicialmente para acontecer em 2007, teve seu cronograma alterado. A Secretaria de Estado prevê que até o final de 2008, com dois anos de atraso, os aparelhos estejam em utilização.