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Sede da Assembleia Legislativa está entre os bens tombados pelo Patrimônio Histórico

02/09/2011 15h02 | por Sandra C. Pacheco
Sede da Assembleia Legislativa do Paraná.

Sede da Assembleia Legislativa do Paraná.Créditos: Nani Gois/Alep

Sede da Assembleia Legislativa do Paraná.
A Comissão de Patrimônio da Assembleia Legislativa, presidida pelo 2º secretário Reni Pereira (PSB), vai entrar em contato com o Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura, para avaliar o alcance das medidas relativas ao tombamento do Centro Cívico. É que entre os bens tombados no processo aberto pelo Governo do Estado em 2003 está a sede do Legislativo. Os outros são o Palácio Iguaçu, o Colégio Estadual Tiradentes, a Praça 19 de Dezembro, a Praça Nossa Senhora da Salete, a Prefeitura, a Casa da Criança (antiga sede da LBA), o Tribunal do Júri, o Palácio da Justiça, o Tribunal de Contas, o Museu Oscar Niemeyer e toda a extensão da Avenida Cândido de Abreu.
Valor histórico - Se esta etapa do tombamento considerar exclusivamente o projeto que pretendia marcar as comemorações do Centenário de Emancipação Política do Paraná, em dezembro de 1953, deverá atingir apenas dois dos três edifícios que compõem o complexo legislativo: o prédio administrativo (ou das secretarias), o mais antigo, e o Plenário, executados conforme o desenho elaborado por Olavo Redig de Campos, integrante da equipe formada pelo arquiteto curitibano David Xavier de Azambuja para dar forma ao sonho do governador Bento Munhoz da Rocha Netto.
O terceiro prédio, denominado Tancredo Neves e inaugurado por sua viúva, dona Risoleta Neves, em 1986, não obedeceu às diretrizes do plano antigo, que previa como segundo anexo um edifício para alojar as comissões técnicas permanentes da Casa, com apenas dois andares. As fundações chegaram a ser lançadas e tiveram que ser arrancadas para dar lugar à atual edificação com 10 andares e 10 mil metros quadrados de área construída, destinada aos gabinetes parlamentares.
O que muda – Segundo o deputado Reni Pereira, o tombamento deve determinar a manutenção das características e conceitos das obras originais: “Qualquer intervenção só poderá ser feita com o consentimento do Conselho do Patrimônio Histórico. Como a Assembléia não pretende desvirtuar a estrutura nem as características dos prédios, isso não representa nenhum grande impacto”, observa.
Destacando a necessidade de se consolidar uma cultura da preservação no Estado, Reni observa que a Assembleia, “por seus 157 anos de história, tem mais do que sua sede para contribuir. Tem os registros documentais guardados em local para isso designado no pavimento térreo do Plenário. Essa memória também é importante, trata da história do Legislativo no Paraná e merece a atenção das autoridades e da população”.
Pioneiro – Construído sete anos antes, o Centro Cívico paranaense é considerado um precursor da renovação arquitetônica representada por Brasília. Foi o primeiro projetado com essas características no Brasil, as linhas modernas, muito concreto armado e vidros. Seus edifícios começaram a ser erguidos em 1952, em área definida pelo Plano Agache ainda no início da década de 1940, adotando os pressupostos e conceitos implementados pelos arquitetos americanos Sert e Wiener e pelo francês Le Corbusier.
Nessas propostas, o Centro Cívico é dirigido às atividades culturais, recreativas, administrativas e comerciais, com edificações dispostas ao redor de uma praça de uso exclusivo de pedestres, com circulação e estacionamento dos veículos em sua periferia. Fiel a essa ideia, o programa proposto para Curitiba acabou reduzido ao longo de sua materialização à condição de centro administrativo, destinado a concentrar o poder público estadual e afastando-se um tanto do caráter multifuncional defendido por aqueles três célebres arquitetos.
Integração - O jornalista Vanderlei Rebelo, biógrafo de Bento, aponta na construção do Centro Cívico a intenção política de afirmar Curitiba como capital político-administrativa de um Estado que se apresentava psicologicamente e fisicamente dividido em três: o Paraná Tradicional, que compreendia Curitiba, Ponta Grossa, Castro, Palmeira, Lapa e o Litoral; o Paraná do Norte cafeicultor, com economia pujante e vinculado aos paulistas e mineiros que o povoaram a partir dos anos 30/40; e o emergente Paraná do Oeste/Sudoeste, que germinava num processo inicial de colonização por catarinenses e, especialmente, gaúchos, saudosos das possibilidades abertas com o extinto Território do Iguaçu criado por Getúlio Vargas no Estado Novo.
“A decisão (de criar o Centro Cívico) tinha um caráter menos político ou administrativo que simbólico: o propósito era sedimentar Curitiba como a capital de todos os paranaenses, sepultando devaneios separatistas remanescentes e projetando, em todo o Estado, como que um orgulho pela terra que colhia os frutos da produção cafeeira”, diz Rebelo no livro “Bento Munhoz da Rocha, O intelectual na correnteza política”.
Analisando a importância do Centro Cívico pelo aspecto arquitetônico, o professor e arquiteto Key Imaguire Jr. já observou que ele “tem inegável valor histórico por ser o primeiro do país e por ser um monumento da arquitetura moderna no Paraná e no país”. Quando Bento lançava-se ao arrojado projeto na capital, os ventos da modernidade começavam a soprar também no Norte cafeeiro, pela prancheta de Villanova Artigas.

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