18/04/2005 12h29 | por
HOMENAGEM - Neste final foi comemorado em Curitiba, o 35 º Aniversário da Casa do Estudante Luterano Universitário. Deputado foi um dos convidados do evento, ele foi presidente da casa, que abrigou centenas de estudantes carentes vindos do interior. Numa época em que o Brasil vivia uma de suas piores experiências autoritárias, o idealismo e a generosidade de alguns estudantes e lideranças da comunidade luterana lançaram em Curitiba as sementes daquele que seria, em pouco tempo, o mais bem acabado modelo de moradia estudantil do país. Hoje, passados 35 anos, o exemplo continua a frutificar, dando provas inequívocas de que nossos universitários sabem muito bem assumir responsabilidades e compartilhar talentos, na mais bela tradução dos ideais cristãos de fraternidade. A Casa do Estudante Luterano Universitário segue adiante em sua vocação acolhedora, fortalecida, cada vez mais, em sua melhor tradição democrática. A CELU avança autônoma no tempo, mas continua a cultivar os traços distintivos que sempre a colocaram na vanguarda, para ser muito mais do que um simples abrigo para estudantes vindos de fora. A CELU é também um pólo irradiador de cultura, uma referência para muitos artistas locais e de outros centros e, sobretudo, ela é e gosta muito de ser um verdadeiro banho de imersão em cidadania. Praticamente todos os que passam pela Casa, sejam moradores ou visitantes eventuais, acabam de algum modo contagiados pela base solidária que a sustenta e anima. Como numa colméia, cada celuense é responsável direto pelos destinos de sua comuna. Todos têm um papel estratégico a desempenhar no e para o conjunto, respeitadas as características e as habilidades de cada indivíduo. Todos são, a todo o momento, protagonistas, e não meros espectadores. A discussão dos problemas internos é prática constante, mas os diferentes pontos de vista mais aproximam do que dividem. Como se todos sempre trouxessem, na ponta da língua e no fundo do coração, a velha máxima do mestre Alceu Amoroso Lima: “A democracia é um regime de convivência e não de exclusão”. Tive o privilégio e a honra de ser parte ativa desta história vitoriosa. Como ex-morador e ex-presidente da Casa, trago comigo as inúmeras lições colhidas naqueles bons e às vezes duros tempos. Muitas destas lições orientam até hoje as minhas escolhas, tanto na vida pessoal quanto na vida pública. Foram lições assimiladas na rotina diária do então muito jovem estudante de agronomia, enriquecidas no confronto com as idéias dos demais colegas que agora, decorridos mais de 20 anos, formam uma grande legião de velhos amigos. O apreço e o respeito pela diversidade, muito em especial, constituem bases decisivas para a atuação política que aprendi a desenvolver desde os tempos de CELU. Isto importa em saber ouvir, mais do que falar. Ouvir os mais humildes, os jovens, os adversários, os amigos, os mais experientes. O debate inteligente, afinal, não pode e não deve implicar na desqualificação do outro, mas na apreensão crítica de seus modos de ver. Outra lição inafastável, entre tantas, me conduz até hoje a refutar de pronto toda e qualquer tentação pessimista, por mais difíceis que se apresentem os desafios. Ou como lembra a velha canção de meus tempos universitários, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Precisamos lutar pelas coisas que queremos, pelos direitos que desejamos ver conquistados. Mais ainda: precisamos nos colocar à altura de merecê-los. Nós somos o que acreditamos. Que a CELU continue a trilhar o seu caminho glorioso, amparando os acadêmicos e principalmente formando homens de bem, posto que conscientes de seu papel na sociedade. Que o companheirismo típico na Casa se prolongue nas experiências futuras de cada um de seus moradores. A CELU foi muito importante na minha vida e decisiva na minha formação . Deputado Augustinho Zucchi Ex-morador e ex-presidente da CELU