O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), junto com o líder do Governo Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), voltou a reunir os deputados de situação e oposição na Presidência da Casa no início da tarde desta quarta-feira (3) para mais uma rodada de negociações com o objetivo de romper o impasse que mantém os professores da rede estadual em greve há mais de 30 dias no Paraná. Uma proposta que estabelece uma política salarial com reposição das perdas salariais do funcionalismo do período de maio de 2015 a maio de 2018 e garante ganhos reais foi assinada por Traiano e Romanelli, que conduziram as negociações em nome do Governo do Estado, e entregue às lideranças do Fórum dos Servidores Públicos do Paraná.
Traiano voltou a assinalar que essa reunião revela todo o esforço que a Assembleia vem fazendo para encerrar a paralisação dos professores e para que as aulas sejam retomadas na segunda-feira (8). “É uma proposta viável, criada a partir de contribuições dos deputados.” O presidente da Assembleia lembrou ainda que o Legislativo está abrindo mão de R$ 87 milhões do Orçamento da Casa para garantir o reajuste salarial do funcionalismo público e ajudar a colocar fim à greve dos professores estaduais. “Essa proposta é fruto de um amplo entendimento. Todas as demais questões serão discutidas numa outra rodada de negociações”, acrescentou.
Romanelli explicou que a proposta prevê uma solução para os próximos três anos e não implicará em perdas salariais para os professores e demais funcionários. Ela estabelece para o ano de 2015 a aplicação de um reajuste de 3,45% no mês de outubro e institui o dia 1º de janeiro de 2016 como data para a antecipação da revisão geral anual da categoria. E para o reajuste de 1º de janeiro de 2017 será aplicado o IPCA acumulado entre os meses de janeiro de 2016 e dezembro de 2016, ficando ainda estipulado o percentual de 1% de adicional de data base relativo à compensação dos meses não pagos do ano de 2015 (Confira a íntegra da proposta no documento anexo). O líder do Governo acredita que, em um cenário ideal, se a proposta for aceita pelos servidores, ela será debatida ainda no sábado e as aulas poderão ser retomadas na segunda-feira.
Assembleia – A professora Marlei Fernandes, representante do Fórum dos Servidores, que participou da reunião acompanhada de outras lideranças sindicais da categoria, explicou que o documento será discutido ainda na tarde desta quarta-feira pelos líderes do movimento. “É melhor do que a proposta anterior. Ela será avaliada por todas as categorias dos servidores”, disse ela, que preferiu não fazer uma avaliação mais detalhada do reajuste proposto. A professora informou que já há um cronograma prevendo uma assembleia dos professores para a próxima terça-feira (9), em Curitiba. Na opinião dela, será difícil antecipar essa assembleia, mas não descartou a possibilidade da categoria se reunir na segunda (8). “É a assembleia que vai decidir se encerra o movimento”, explicou.
O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, do Ministério Público do Estado do Paraná, que acompanhou a reunião na Assembleia a convite da APP-Sindicato, afirmou que estava otimista com a negociação e com a possibilidade de um entendimento. “Estamos acompanhando a reunião para garantir os direitos salariais dos professores e também dos alunos que precisam ter acesso à educação”, declarou.
Reuniões seguidas – O esforço para a solução dos impasses e para o fim da greve dos professores ocupou dos deputados ao longo de toda a quarta-feira. Já no período da manhã o presidente Traiano, com o líder do Governo, Luiz Cláudio Romanelli, reuniram os deputados de situação e oposição para alinhavar os termos para um acordo entre as partes. Segundo Traiano, o novo esforço envolvia uma nova proposta, que só seria divulgada mais tarde, caso obtivesse também o aval da APP-Sindicato e do Fórum dos Servidores. “É uma proposta viável, criada a partir de contribuições de deputados e que já tem o sinal verde do Governo do Estado”. Romanelli já adiantava que a proposta previa uma solução para os próximos três anos e não implicaria em perdas salariais para os professores e demais funcionários.