O deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) aprovou um requerimento nesta terça-feira (27) na Assembléia Legislativa do Paraná, com a adesão da grande maioria dos deputados, solicitando que seja encaminhado à CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) pedido de não liberação do milho transgênico Lyberty Link (LL), da multinacional Bayer CropScience, até que sejam realizados no Brasil e amplamente divulgados os devidos estudos de biossegurança. Os estudos até agora apresentados referem-se a outros países e, portanto, outras condições naturais, como clima, solo, regime de chuvas e pragas.A CTNBio proferirá sua decisão nos dias 18 e 19 de abril. Boi de PiranhaO completo teor dos pareceres enviados à CTNBio pelas multinacionais tem se mantido em sigilo até agora. A ONG Greenpeace divulgou que a solicitação de cópia do processo de liberação comercial do milho não foi completamente atendida pela CTNBio: veio faltando 45 páginas, que faziam menção à quantidade de agrotóxicos que chegará à mesa dos brasileiros.Para Cheida, que é presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia, o Brasil está prestes a servir como “boi de piranha” para a introdução do milho LL, já rejeitado em países da Europa. “Queremos cautela e transparência nesta análise. A Lei de Biossegurança (aprovada em 2005 no Brasil) não pode ser desrespeitada”, afirmou o deputado. Depois de liberado, o milho transgênico pode se alastrar rapidamente, já que a planta se reproduz pela polinização cruzada. Além da perda de biodiversidade, relatórios apontam sérios riscos à saúde humana, de náuseas a nascimentos de fetos prematuros e abortos, já que a quantidade de resíduo de agrotóxico que permanece no milho transgênico é maior do que a registrada no milho convencional. “O problema é de segurança nacional”, avalia Cheida. E sugere à população que se manifeste sobre a polêmica enviando cartas à CTNBio (www.ctnbio.gov.br).