28/03/2007 14h56 | por Jornalista Regina Toledo
O deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) obteve a aprovação nesta terça-feira (27), com a adesão da maioria dos deputados da Assembléia Legislativa do Paraná, de envio de requerimento à CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) defendendo, de forma veemente, a não liberação do milho transgênico Lyberty Link (LL), da multinacional Bayer CropScience. Cheida explicou que há necessidade de que sejam realizados, e amplamente divulgados no Brasil, mais estudos sobre biossegurança. Os dados até agora apresentados são originários de outros países. Consideram, portanto, variáveis de clima, solo, regime de chuvas e pragas diferentes das condições brasileiras. A CTNBio vai proferir sua decisão nos dias 18 e 19 de abril. Boi de Piranha O completo teor dos pareceres enviados à CTNBio pelas multinacionais tem se mantido em sigilo até agora. O Greenpeace, organização ambientalista com presença no mundo todo, divulgou que a solicitação de cópia do processo de liberação comercial do milho não foi completamente atendida pela CTNBio: faltaram 45 páginas que faziam menção à quantidade de agrotóxicos que chegará à mesa dos brasileiros. Para o médico e ambientalista Luiz Eduardo Cheida, também presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia, o Brasil está prestes a servir de “boi de piranha” para a introdução do milho LL, já rejeitado em países da Europa. “Queremos cautela e transparência nesta análise. A Lei de Biossegurança (aprovada em 2005 no Brasil) não pode ser desrespeitada”, enfatizou o deputado. Depois de liberado, o milho transgênico pode se alastrar rapidamente, já que a planta se reproduz pela polinização cruzada. Além de ameaçar a perda de biodiversidade, relatórios apontam sérios riscos à saúde humana que vão de náuseas a nascimentos de fetos prematuros e abortos, já que a quantidade de resíduo de agrotóxico que permanece no milho transgênico é maior do que a registrada no milho convencional. “O problema é de segurança nacional”, adverte Cheida lembrando que a população pode se manifestar sobre a polêmica enviando cartas à CTNBio - www.ctnbio.gov.br.