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Educação Financeira

17/05/2019 15:30 23/03/2024 08:28 Por Vanderson Luiz e Trajano Budola
Mesmo com rendimento baixo, brasileiros investem na poupança

A baixa rentabilidade da poupança – aproximadamente 4,5% ao ano – ainda não é o suficiente para convencer o brasileiro a buscar outro tipo de aplicação financeira. No complexo mundo do mercado financeiro, aquele emaranhado de letras que representam os títulos disponíveis, ainda é um fantasma que assusta muita gente. Em linhas gerais, foi o que mostrou o professor titular do curso de formação de investidores Vinícius Martins, durante o segundo módulo do curso de Educação Financeira organizado pela Escola do Legislativo.

Ainda restam mais duas etapas para o encerramento do ciclo de ensinamentos de como aplicar melhor o seu dinheiro, programadas para os dias 30 e 31 de maio, também no Plenarinho da Alep. “Uma prova disso (do susto provocado pelas siglas) é que o Tesouro Nacional vem mudando a nomenclatura ao longo dos anos. Um tempo atrás quando você investia em um título que te protegia da inflação, tinha uma sopa de letrinha que era NTN B Principal. Hoje esses nomes não existem mais. A finalidade é a mesma, mas o nome é Tesouro IPCA. Assusta um pouco o investidor, mas o mercado tem várias possibilidades e quando você fala de capital, de dinheiro ou de investimento, a sua remuneração sempre virá através de juros. Uma vez que você tenha essa definição muito clara, toda vez que você for investir você deve se preocupar com a solidez de onde está investindo e quanto é a rentabilidade. Não precisa se preocupar se é CDI, LCI, LCA ou Letra de Câmbio, desde que onde você está investindo é sólido e está pagando uma taxa atrativa” explicou.

Conservador – Uma prova do conservadorismo do brasileiro é a pesquisa realizada no ano passado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais, que apontou que 89% dos entrevistados querem a segurança da poupança. O que essa grande maioria desconhece é que é possível conseguir um rendimento maior sem correr grandes riscos. “A poupança é um investimento mais tradicional e se você pegar o saldo dela e comparar com o Tesouro Nacional ou com CDBs você percebe que a poupança tem muito recurso concentrado lá. Isso está enraizado na cultura do brasileiro e só vai mudar isso através de educação financeira, com iniciativas como essa da Escola do Legislativo, de trazer especialistas sobre o assunto para falar de investimentos que estão acessíveis para todos e mostrar que de uma forma segura é possível ganhar muito mais que a poupança, a inflação e outros índices financeiros”, acentuou Vinícius Martins.

Outro mito segundo o palestrante é acreditar que o mercado financeiro está aberto apenas aos grandes investidores e que a orientação de uma assessoria especializada consumirá boa parte dos ganhos aplicados. “A assessoria não tem custo ao cliente. A partir de R$ 30 é possível aplicar no Tesouro Direto. E para ter uma assessoria não tem custo adicional. Se aplicar seu dinheiro, a taxa repassada é aquilo que vai rentabilizar. A diferença é que quem paga a assessoria é a corretora contratada. Nesse sentido, é muito melhor você ter um especialista te ajudando a tomar decisões do que tomar as próprias decisões sem consultar ninguém, sendo que o custo será o mesmo”.

Os riscos, segundo Vinícius, dependem muito do tipo de aplicação escolhida. O que o mercado financeiro mundial reconhece é que a renda fixa brasileira é a mais atrativa do mundo, pois o País tem uma taxa de juros alta e, apesar de toda desconfiança, possui um sistema financeiro muito sólido. “Não se pode descartar riscos. Se você investir em ações, por exemplo, o risco através de um assessor ou se aplicar por conta é o mesmo, porque não tem como prever o rendimento futuro. Mas com assessoria é possível alinhar o perfil com seu objetivo, definindo as melhores aplicações para cada tipo de pessoa, idade, necessidade entre outras coisas. Você tem muitas opções no mercado para garantir rentabilidade maior que a da poupança”.

Os segredos para garantir uma saúde financeira estável, além de vencer o medo de entrar nesse mundo do mercado financeiro, são os mesmos frisados no primeiro módulo do curso, ministrado na quinta-feira pelo professor Mehanna Mehanna: disciplina e paciência. “Gastar dinheiro é muito fácil. Todo mundo consegue. Agora, guardar é uma tarefa árdua, que requer um comprometimento, constância e paciência com o dinheiro aplicado”.

Investimento seguro – Saber cuidar das finanças pessoais e aprender noções básicas de aplicação e investimento atraiu servidores à palestra desta sexta-feira. Instigados, assessores procuraram as dicas de Vinícius Martins sobre como se resguardar em períodos de crise para projetar ganhos e minimizar perdas com a inflação.

Carlos Renato Pereira, assessor parlamentar do deputado Delegado Fernando (PSL), participou do curso de Educação Financeira como uma oportunidade de garantir segurança e investir com qualidade os recursos que consegue poupar. “Eu me interesso pelo assunto, procuro fazer investimentos, mas é sempre obter novas informações para aprimorar as formas que nos dão maior rentabilidade”, afirma. De acordo com o assessor, o gabinete do parlamentar se mobiliza para acompanhar as palestras ofertadas pela Escola do Legislativo. “Facilita nosso trabalho. Todo conhecimento nos enriquece, o deputado é entusiasta da iniciativa e pede nossa participação para aprimorar o serviço”, explica.

Para Geruza Alves Rocha, da Comissão de Educação, o planejamento e a organização financeira são fundamentais em um orçamento familiar. Ela acompanhou a palestra de olho no futuro dos filhos e na própria aposentadoria. “É necessário organizar uma renda extra, não apenas a previdência social, mas também a privada, para garantirmos qualidade de vida, com as finanças mais bem estruturadas. Soma ao que eu e meu marido já planejamos para nossos filhos”, destacou. Segundo ela, o deputado Hussein Bakri (PSD), presidente da Comissão de Educação, estimula a participação da equipe, pensando na qualificação para o atendimento ao público.

Alan John Coelho, assessor parlamentar do deputado Galo (PODE), procura formas de investimento seguras, que caibam em seu orçamento. “Estas palestras ajudam muito nessa busca, como organizar as finanças e investir corretamente, com menos risco e ganhos acima da inflação”, frisou. De acordo com ele, os ensinamentos da Escola do Legislativo para a qualificação dos servidores são vistos com bons olhos pelo deputado Galo. “Ele cobra da equipe nossa participação, quer que todos os funcionários do gabinete se qualifiquem para que, no decorrer do mandato, isto seja refletido no que é apresentado em Plenário. Agradecemos muito à Assembleia Legislativa pela oportunidade”, salientou.

Inscrições – Mais dois módulos serão realizados, nos dias 30 e 31 de maio, ambos no Plenarinho da Alep, com início às 9h30. Os professores Mehanna Mehanna e André Chede irão aprofundar os “Universo dos Fundos de Investimentos e Previdência Privada”, no dia 30 e, no encerramento, André Chede, que é profissional do mercado financeiro desde 2008, abordará sobre fundos de investimentos e as melhores opções do mercado.

*As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.alep.pr.gov.br/escoladolegislativo/cursos.

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