Para: Editoria de Política e ColunasDistribuído em 06/04/06Jornalista: Carlos SouzaOs presidentes da Associação Comercial do Paraná, Cláudio Slaviero, e da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Jefferson Nogaroli, defenderam nesta quarta-feira (26) no plenário da Assembléia Legislativa, que a proposta do salário mínimo regional seja rejeitada. Segundo os representantes das entidades, o novo piso seria o ideal para os trabalhadores, mas não representa a realidade econômica das empresas, em especial, das micro e pequenas, e nem estão sustentados por um ganho de produtividade.Segundo Slaviero, nos setores de serviço e de comércio, que empregam mais de 4 milhões de trabalhadores no país, “o reajuste salarial tem um peso muito forte, especialmente nas microempresas, muito sensíveis a alterações na folha de pagamentos acima dos ganhos de produtividade”.Já Nogaroli sustenta que o salário mínimo regional não pode simplesmente ser aprovado por decreto governamental. “É necessário criar mecanismos de médio e longo prazo, que permitam a adoção de um piso regional. Afinal, há um descompasso muito grande entre o poder aquisitivo da população e a efetiva capacidade de empenho no pagamento de um salário nesse patamar”, afirma. Pela proposta do Governo do Estado, o salário mínimo paranaense seria de R$ 437,20. A Faciap representa, hoje, 247 associações comerciais e um universo de mais de 40 mil empresas em todo o Estado.De acordo com as entidades, é preciso preservar o equilíbrio econômico-financeiro, principalmente no atual ambiente de aperto monetário, que penaliza o setor privado pelo exorbitante custo do capital e da excessiva carga tributária. “A política de reajuste do salário mínimo deve considerar não só a distribuição de renda, que sabemos ser positiva, mas também o impacto fiscal sobre as empresas”, acrescenta o presidente da Faciap. Slaviero frisou ainda que os segmentos econômicos representados pela ACP, cerca de oito mil associados, têm, cada vez mais, margens diminutas em seus negócios, “em função de um descompasso entre a oferta e a procura, muito menor”. Atualmente, 80% dessas empresas são caracterizadas como micro e pequenos empresários. O representante da ACP também ressaltou que “não há como conceder um salário mínimo com este aumento proposto com um PIB paranaense que demonstra estagnação, ao crescer 0,3% no mesmo período, sendo que as atividades comerciais de varejo registraram variação negativa de 1% do faturamento real”, diz.Nogaroli e Slaviero também observaram e reconheceram a atual política estadual de isentar milhares de empresas do ICMS, estimulando o desenvolvimento do Estado, mas que mesmo assim, “nossos associados não reúnem capacidade para absorver o aumento do salário mínimo”.