A Assembleia Legislativa do Paraná realiza sessão solene nesta quinta-feira (1º), em Goioerê, no Noroeste do estado, para entregar o título de Cidadania Honorária do Paraná ao produtor rural João Apoloni. Iniciativa do deputado Ratinho Junior (PSD), o evento acontece na Associação Cultural e Esportiva Nipônica daquele município e reunirá lideranças políticas, rurais, empresariais e representantes dos mais diversos segmentos na região.
Nascido em Getulina, interior de São Paulo, em 22 de fevereiro de 1939, Apoloni veio com a família para o Paraná quando tinha apenas 7 anos de idade. Fixaram-se em Jandaia do Sul, onde teve seu primeiro emprego, de engraxate. Depois passou a ajudar o pai nos serviços de transporte de pessoas, que efetuava com um caminhão de sua propriedade. O passo seguinte foi vender lanches na estação rodoviária da cidade, até a família se transferir para Maringá, em 1948. Com visão empreendedora, a família trocou o Chevrolet 48 que tinha por um ônibus, que fazia a linha Maringá-Estrada de Colombo. A este veio juntar-se mais um. Dois anos depois, o pai do homenageado trocou os ônibus por 100 alqueires de terra onde seria o município de Goioerê, às margens do Rio Caracol, no distrito de Quarto Centenário.
Empreendedorismo – João Apoloni ficou em Maringá, trabalhando, e só foi juntar-se à família em 1953. Balconista de uma casa de secos e molhados, passou por mais três estabelecimentos antes de abrir seu próprio negócio – a Casa Alvorada – um armazém de secos e molhados no distrito de Quarto Centenário. Passou também a negociar com cereais e a prestar serviços para a comunidade, transportando pessoas a Campo Mourão, em busca de atendimento médico e atuando como carteiro, recebendo correspondências em sua caixa postal, em Maringá, e repassando-as aos destinatários.
Em 1968 elegeu-se vereador, e nessa condição trabalhou para levar linhas telefônicas para o distrito de Quarto Centenário, além de outras obras. Com mais visibilidade, Goioerê atraiu a instalação de três usinas de beneficiamento de algodão, que geraram centenas de empregos e incentivaram o crescimento do cultivo de algodão na região, chegando a produzir 1% de todo o algodão do mundo.
Atuou decisivamente na recuperação da cooperativa COAGEL, que passava por dificuldades na década de 1970, além de várias outras iniciativas visando o desenvolvimento regional. Ainda na década de 70, construiu sua primeira unidade de armazenagem em fazenda, agregando maior valor a sua produção agrícola. Hoje conta com três unidades de recebimento de grãos, duas no Paraná e uma no Mato Grosso do Sul. Atualmente é uma referência entre os empresários do agronegócio estadual, através de sua Fazenda Boa Sorte, além de destacar-se pelo empreendedorismo, a visão futurista em investir em tecnologias e contribuir com áreas para desenvolvimento de pesquisas, contabilizando, assim, safras recordes e contribuindo para que o Paraná se posicione entre os estados com a maior produção de grãos do País.