O bonde pode ser uma alternativa para o transporte de passageiros de Curitiba e região metropolitana. Esta é a opinião do deputado Neivo Beraldin (PDT) que promoveu uma audiência pública para debater o assunto, nesta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa. O evento reuniu representantes da Prefeitura de Curitiba, do governo do Estado, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e várias entidades ligadas ao setor de transporte. “O bonde é uma alternativa viável para a população de Curitiba e região metropolitana que hoje convive com a superlotação e os atrasos dos ônibus”, disse Neivo Beraldin. Entre as vantagens do sistema metroviário, o deputado destaca o baixo custo de implantação; a não geração de poluição e ruídos, e o rigor nos horários, já que o funcionamento dos bondes é programado por computadores. “Além disso, esse sistema desafogaria o trânsito de Curitiba”, disse. Jaime Sunye Neto, presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), também considera o sistema metroviário – agregado ao sistema rodoviário - uma saída para o transporte de passageiros na Grande Curitiba. Segundo ele, um estudo feito em 1985, pelo engenheiro Peter Paulicheck para a Superintendência de Desenvolvimento da Região Sul (Sudesul), mostra a viabilidade do sistema por aproveitar a malha ferroviária e a linha de transmissão da Companhia Paranaense de Energia (Copel) existente na região. “Esse sistema tem um custo de implantação razoável, rápida execução e um baixo impacto socioambiental. Além disso, existe a vantagem do domínio local da tecnologia”, destacou. Com 102 quilômetros de extensão, esse projeto prevê a interligação de vários municípios como Almirante Tamandaré, Colombo, Balsa Nova, Piraquara e Quatro Barras. De acordo com o estudo, o expresso metropolitano como é chamado o estudo, teria 28 estações, uma capacidade de transportar 233 mil passageiros por dia e um custo total de implantação de US$ 73 milhões. O valor é bem menor do que o projeto do metrô subterrâneo, que também vem sendo estudado para Curitiba. Neste caso, haveria 22 estações, uma capacidade para 500 mil passageiros por dia, e um custo total de quase US$ 1,2 bilhão. Luiz Hayakawa, arquiteto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), disse que a Prefeitura de Curitiba vem trabalhando num plano multimodal para agregar vários tipos de transportes, como ônibus, ciclovias e trens. Junto com os governos estadual e federal, estuda ainda implantar uma conexão para absorver os turistas que passam por Paranaguá a bordo de transatlânticos. “Esse plano tem uma grande abrangência, incorporando vários projetos que envolvem transporte de passageiros e de turistas. Temos a preocupação que o transporte não seja segregador, dividindo a cidade em duas. Todo transporte deve servir a toda a cidade”, explicou.Participaram ainda da audiência pública o ex-governador do Paraná, Emílio Hoffman Gomes; o deputado federal Wilson Picler (PDT); a deputada estadual Rosane Ferreira (PV); o engenheiro civil Eduardo Ratton, professor de transporte e infra-estrutura da UFPR; o diretor de transportes da Comec, Joel Ramalho Júnior; e o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.