Uma audiência pública no Plenarinho da Assembleia Legislativa debateu na manhã desta segunda-feira (14) o leilão do Campo de Libra, localizado na Bacia de Santos, conforme proposta do governo federal para exploração de petróleo no pré-sal. A discussão foi proposta pelos deputados Gilberto Martin (PMDB) e Tadeu Veneri (PT), e contou com a presença da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, do Sindipetro, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros movimentos sociais.
“O petróleo pertence ao povo brasileiro. E o leilão neste formato nos parece uma entrega daquilo que é do povo brasileiro. O que deveria ser cumprido é o que determina a lei, que este petróleo seja explorado pela Petrobrás e não por multinacionais. E hoje, aqui na Assembleia, se manifesta a posição dos movimentos sociais para a suspensão deste leilão”, afirmou Martin.
O deputado Tadeu Veneri destacou, por sua vez, que é preciso dar continuidade no processo de discussão e sensibilizar a população sobre um assunto de interesse nacional. “Esta audiência é importante para que possamos criar condições de esclarecimento à população sobre este leilão, do impacto dele na precarização do trabalho e de um patrimônio dos brasileiros. Temos que mostrar, inclusive ao governo do meu partido, que existem alternativas nesta discussão sobre o Campo de Libra”, analisou.
Na opinião do representante da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Fernando Siqueira, o Brasil, ao dar continuidade ao processo de leilão do Campo de Libra, estará abrindo mão inclusive de sua soberania nos cenários geopolítico e econômico. “Acho fundamental que o povo saiba que esta posição é de entrega da nossa maior riqueza por parte do governo brasileiro. E o prejuízo será maior que o da Vale, quando da sua privatização. O mundo depende de petróleo. E o Brasil ser dono deste petróleo é uma questão de soberania, de poder de barganha frente às demandas geopolíticas”, disse.
Precarização– Para o presidente do Sindipetro, Silvaney Bernardi, é fundamental a participação do Poder Legislativo no debate. “Importante este movimento e esta discussão na Assembleia. É isso que a gente espera dos nossos parlamentares. Nossa pressão não é apenas para o cancelamento deste leilão, mas também por um debate mais profundo sobre a questão da matriz energética. Defendemos um viés estratégico sobre o Campo de Libra. E um dos grandes problemas a ser enfrentado também será o prejuízo aos trabalhadores, com a precarização da mão de obra e dos postos de trabalho”, avaliou Bernardi.
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