O povo brasileiro começa a acreditar que a corrupção é total e que as instituições que fiscalizam e punem, ou deveriam fazê-lo, “estão tomadas por este vírus e em processo de decomposição”. Para o deputado Mauro Moraes (PMDB), as denúncias e escândalos poderiam ser considerados benéficos à democracia, caso existisse a punição ao ato cometido e o direito de defesa. “Denúncias podem ser caracterizadas como uma maneira de limpar as instituições e produzir maior transparência ao processo democrático. O que não podemos é considerá-las corriqueiras e deixá-las impunes”, advertiu.Na opinião do deputado, criticar as instituições como um todo, o tempo inteiro, não é construtivo, principalmente porque a população não consegue acompanhar a evolução do processo e chegar a conclusões sobre o que deve ou não ser feito. “O denuncismo pode levar a um descrédito bastante prejudicial às instituições e às ações políticas. É preciso saber separar o trigo do joio”, afirmou Moraes. Segundo o parlamentar, o Ministério Público já defende modificações no Código Penal, na Lei de Licitações e na Lei de Improbidade Administrativa para que as penas sejam maiores para os corruptos e que haja um aumento no número de crimes previstos no Código Penal. “Punir com mais rigor pessoas jurídicas (empreiteiras, fornecedores, prestadores de serviços) que se envolvam em irregularidades em negócios com o poder público, aplicando multas pesadas e restringindo direitos pode ser uma maneira de acabar com a corrupção”, acredita Moraes, que concorda com a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que afirma que uma das soluções para acabar com a corrupção é a exigência da restituição de qualquer bem subtraído do patrimônio do povo brasileiro.