O deputado estadual Fernando Carli Filho (PSB), um dos cinco parlamentares a integrar a “PEC do Emprego” no Paraná, defende um estudo técnico para verificar o impacto econômico da proposta que condiciona incentivos fiscais à manutenção dos níveis de emprego. “Formular uma lei é uma coisa; saber a aplicabilidade da lei, é outra” – resumiu o parlamentar, afirmando que uma decisão desse porte, que tem reflexos econômicos, não pode ter caráter “meramente político, e sim incentivos reais”.Fernando Carli Filho disse que, à primeira vista, a proposta é interessante porque objetiva, de um lado, dar incentivos fiscais para as empresas, e, por outro, condicionar esses benefícios à manutenção de postos de trabalho. “O que precisa ser analisado é se esses incentivos são suficientes para que as empresas possam manter os níveis de emprego. Hoje, nenhum país apresenta um equilíbrio seguro em sua economia. Querer impor uma regra, de forma linear, é fugir totalmente da realidade”, asseverou ele.Caso haja comprovada viabilidade, o deputado então propõe que o governo amplie a concessão de incentivos fiscais, dentro de critérios rigorosos. “Como decisão política, pode parecer simpática à opinião pública, pois demonstra o aparente interesse do governo em reduzir o desemprego, mas a que custo para as empresas?” – questiona ele. “O governo vai dar com uma mão e tirar com a outra. Nesse meio tempo, a única coisa que vai sobreviver é o discurso do governo, tentando provar à população que tem uma política de combate ao desemprego.”Fernando Carli Filho se declara um “defensor de políticas de incentivo fiscal para as empresas, como estímulo ao desenvolvimento econômico”. Ele já fez diversas declarações criticando o governo do Estado que, a seu ver, não tem um programa de desenvolvimento, que leve em conta as necessidades e potencialidades regionais. INVESTIMENTOS NO INTERIORO parlamentar afirma que é imprescindível a “interiorização” dos investimentos econômicos, através de políticas fiscais atraentes, beneficiando regiões produtoras de alimentos e com potencial para industrializar a matéria-prima agrícola que produzem. “As políticas governamentais são esparsas e estão concentradas nos grandes centros industriais, onde já ocorre a maior distribuição do ICMS. Para que ocorra desenvolvimento efetivo, é necessário ratear melhor o ICMS, beneficiando regiões produtoras de alimentos, aliando-se isso a incentivos fiscais para os investidores”, sugere.Fernando Carli Filho deverá apresentar em breve um projeto que propõe uma nova metodologia na distribuição do ICMS no Paraná, criando o "ICMS Solidário". Ou seja: regiões produtoras de alimentos, que formam a maioria dos municípios paranaenses, e que recebem menos retorno do imposto em comparação às regiões mais industrializadas, passariam a receber uma fatia maior. “Desemprego se combate com investimentos. Tendo recursos, incentivos, política de longo prazo, com todas as garantias, então é possível e justo se exigir contrapartida dos beneficiados”, ponderou.