A grande preocupação do deputado Marcelo Rangel e dos seus companheiros de oposição na Assembléia Legislativa é de que o projeto do tarifaço proposto pelo governador Roberto Requião desencadeie uma série de aumentos de produtos básicos para a sobrevivência dos paranaenses. As emendas que estão sendo propostas pelo parlamentar visam tentar controlar os índices a que podem chegar ao produto final os percentuais de aumento pretendidos por Requião. “Se a medida fala em milhares de produtos que terão benefícios, ela esconde um custo estratosférico para outros que são essenciais para a vida de todos nós”, argumenta Rangel. “Nosso objetivo é evitar que os combustíveis, a energia elétrica e as telecomunicações tenham aumentos gigantescos. Isso vai significar acréscimo no custo do transporte e em cascata de todos os produtos que dependem dele. Assim também com o custo da energia elétrica e, por conseqüência, todos os produtos que dependam dela para serem produzidos. Não acontecerá diferente com os que dependem de comunicação. Uma verdadeira bola de neve morro abaixo se agigantando a cada instante”, exemplificou Rangel. Combustíveis e energia O líder do PPS na Assembléia tem pronta uma emenda que vai alterar a prática para a fixação dos aumentos dos combustíveis no Paraná. Hoje é feita uma pesquisa pelo governo, que foge da realidade nacional. Ela é sempre maior que a pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e com isso sacrifica os paranaenses. Pela proposta de Rangel, o aumento seria fixado com base na pesquisa efetuada pela ANP, acompanhando os índices oficiais do país e dentro da realidade nacional. “Isso vai significar um aumento muito mais suportável pelo povo, beneficiando os postos de combustíveis, mas especialmente o consumidor”. Rangel tem uma emenda também para o setor de energia elétrica, propondo isenção do aumento para as micro e pequenas empresas. Com isso padarias, por exemplo, não serão tão castigadas pela proposta do Governo e poderão praticar um preço mais condizente no pão de cada dia e nos demais produtos da panificação, beneficiando-se o consumidor. RemédiosOutro produto que também pesa bastante no bolso da população é o remédio. Rangel quer, neste caso, a redução de 12% para 7% nos remédios de uso contínuo. Mas ele lembra também que se os combustíveis não subirem tanto e a energia tiver preços diferenciados para as pequenas empresas, as farmácias poderão praticar preços mais condizentes, não repassando valores tão altos dos custos gerais para os seus produtos.Rangel quer mais: que a lei proposta pelo Governo não tenha duração superior a 90 dias, se os objetivos de redução de preços para os consumidores não forem alcançados. E pede ainda que todo o excedente de arrecadação tenha diminuição proporcional no imposto de energia elétrica e de telecomunicações.As emendas deverão ser apresentadas já na reunião de segunda-feira quando a lei do tarifaço volta a ser discutida pelos deputados.