Dentro de aproximadamente duas semanas o Paraná poderá receber a autorização para a construção do primeiro aeroporto de iniciativa privada especializado em cargas, do Brasil, o Aeroporto Internacional de Cargas dos Campos Gerais, na região de Ponta Grossa. A decisão depende apenas de estudos jurídicos que estão em fase final pelo governo brasileiro. O ministério busca somente a forma mais adequada para dar garantias aos investidores internacionais. O empreendimento inédito no país será um aeroporto privado para exportação e importação com serviços públicos.Um prazo de quinze dias, para análise jurídica, foi dado pelo ministro Nelson Jobim, durante encontro com lideranças políticas do Paraná, em Brasília, na última quarta-feira. O ministro já recebeu as análises técnicas do projeto original feitas pela ANAC e garantiu que não houve qualquer restrição. “Esta é uma grande obra para o país e precisamos dar garantias legais para investidores internacionais. Apenas uma autorização pode ser muito frágil para um investimento desta envergadura. Precisamos avançar juridicamente ao ponto de chegarmos a um termo de concessão, pois não há nenhum aeroporto nestes moldes no país”, frisou Jobim. Lembrou também que se trata de uma iniciativa privada e que pretende atrair os maiores investidores de transporte aéreo do mundo.O ministro pediu agora uma análise jurídica criteriosa que compara o comportamento deste investimento em outros países. São 32 hubs espalhados pelo mundo, menos na América do Sul.Há mais de 40 anos as maiores empresas de transporte do mundo vêm demonstrando intenção de investir na construção de aeroportos no Brasil, não tendo até hoje esta oportunidade por imposição legal e questões políticas. Agora surge a grande proposta de se criar um aeroporto que faça a distribuição de cargas ponta-a-ponta no Brasil e no exterior, aproveitando-se até mesmo das facilidades rodoferroviárias regionais.“Nós queremos isso” foi a frase categórica do ministro após assistir um vídeo demonstrativo do futuro aeroporto e voltou a frisar que se trata de uma obra muito importante para o Brasil.Participaram do encontro os deputados federais Ricardo Barros, Ratinho Junior, Abelardo Lupion, Cesar Silvestri, Wilson Picler, Rodrigo Rocha Loures. O encontro marcado pelo senador Osmar Dias teve o apoio também dos deputados Ângelo Vanhoni, Gustavo Fruet, Eduardo Sciarra, Marcelo Almeida, Luiz Carlos Settim e Affonso Camargo, este representado pelo deputado estadual Marcelo Rangel, o prefeito de Tibagi, Sinval Silva, representante da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), além de engenheiros aeroportuários, técnicos e especialistas na área.ProjetoO projeto prevê a construção em quatro etapas, em um sitio de 42 km². A estrutura aeroviária se constitui de dois pares de pistas paralelas possibilitando pousos e decolagens simultâneas, interligadas pelo Sistema de Pistas de Táxi.Os recursos necessários para o empreendimento são estritamente captados na iniciativa privada, basicamente por grandes investidores do transporte aéreo mundialO sitio aeroportuário proposto, está localizado a uma latitude 24º57´58,72” S; longitude 50º25´36,92” O e altitude 2.769 pés.O aeroporto se situará a 20 km do centro de Ponta Grossa e 50 km de Tibagi. Os investimentos iniciais são na ordem de R$ 333 milhões numa primeira etapa, o que já garantirá o funcionamento do aeroporto e superiores a R$ 2 bilhões na fase final.O Aeroporto Internacional de Cargas dos Campos Gerais servirá como um terminal recebendo e exportando volumes de todo o mundo. No projeto original não existe previsão de terminais de passageiros, porém um aeroporto deste porte poderá receber aeronaves de qualquer segmento.A sua localização foi tecnicamente estudada, levando-se em consideração questões fundamentais para abrigar um aeroporto de grande porte, como extensão territorial, desníveis, composição de solo, situação ambiental, construções civis e reservas especiais de concessão aeroportuária, com capacidade suficiente para abrigar todo o aparato industrial e de logística.“Esta poderá ser uma grande conquista para o Paraná e para o Brasil”, finalizou o deputado estadual Marcelo Rangel.