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Deputados Contestam Relatório de Promotor Sobre Uti’s de Ponta Grossa

21/11/2007 16h44 | por Casemiro Linarth / Zé Beto Maciel / h2foz@hotmail.com - poetagotico@msn.com / 41 3350-4191 - 9121-2114 / www.luizromanelli.com.br / MATÉRIA DE RESPONS
“São dados que se repetem continuamente há dois, três anos, e que sempre foram contestados tecnicamente pela Secretaria de Saúde. Espero que essa audiência pública acabe de vez com as dúvidas do promotor”. Os deputados da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa apoiaram os questionamentos do secretário estadual de Saúde, Gilberto Martin, em relação ao relatório do promotor público, Fuad Faraj, sobre a saúde pública de Ponta Grossa. O relatório, apresentado nesta quarta-feira (21) em audiência pública da comissão, traz uma suposta “auditoria” com números de mortes e tempo de espera de paciente do Pronto-Socorro Municipal da cidade.“O relatório não fornece informações epidemiológicas. São apenas dados em números absolutos que não permitem comparação entre anos ou localidades diferentes. Além disso, não deixa claro o objetivo nem apresenta descrição da metodologia utilizada”, disse Martin.Martin citou o coeficiente de mortalidade infantil – indicador mais utilizado para medir a qualidade de saúde, na 3ª Regional de Saúde. Esse coeficiente apresentou queda de 2002 a 2005, passando de 18,51 por mil nascidos vivos para 16,36. De acordo com técnicos de Gestão de Sistemas de Saúde, o relatório não levou em conta o crescimento e o envelhecimento populacional que alteram significativamente os coeficientes e proporcionalidades. Outro dado não observado é o acesso da população aos serviços de saúde que também cresceu após a implantação do SUS (Sistema Único de Saúde). Os serviços pré-hospitalares aumentaram o índice de sobrevivência tanto dos problemas cardiovasculares e outras causas clínicas de óbito quanto das vítimas de causas externas (acidentes e violências). Pessoas que eventualmente morrem nos locais de acidente, agora chegam vivas ao Pronto-Socorro, mesmo em estado grave.“Todos os pacientes que foram a óbito receberam assistência médico-hospitalar”, afirma o superintendente da área, Irvando Carulla. Ele aponta que não é possível analisar tempo de espera sem considerar a gravidade dos casos, o quadro clínico do paciente, o risco de morte, e outros critérios usados para classificação de risco previstos nos protocolos de regulação médica, por isso o serviço de regulação médica não funciona em sistema de “fila de espera”.A chefe do Departamento de Regulação da Sesa, Yara Bastos, disse que o total de óbitos hospitalares, ou seja, de pessoas que já haviam ingressado no sistema de internação hospitalar do SUS, e, portanto não estavam aguardando vagas, foi 8,9 vezes maior do que o número de óbitos de pacientes que aguardavam uma vaga. “Ou seja, ‘ter vaga’ em hospital ou UTI não evita mortes, assim como aguardar por uma vaga sendo assistido pelo Pronto Socorro, não é causa de óbito”, enfatiza. “Portanto que 432 pessoas morreram por falta de vagas é no mínimo leviano”, conclui.REPERCUSSÃO - O deputado Felipe Lucas (PPS), médico e membro da Comissão de Saúde, disse que os dados apresentados pelo promotor público são superficiais. “É preciso olhar a questão da saúde com seriedade e avaliar melhor os números. Além disso, não se deve colocar pessoas doentes em evidência, apresentando os seus problemas na imprensa”, disse.Segundo ele, embora uma auditoria sobre as UTIs de Ponta Grossa seja importante, o melhor é o entendimento entre o promotor e a Secretaria da Saúde, para resolver o problema. O líder do Governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que mais uma vez o cruzamento de dados corretos da Secretaria de Saúde com os divulgados pelo promotor destaca uma fantástica melhoria na qualidade de vida da população de Ponta Grossa. “São dados que se repetem continuamente há dois, três anos, e que sempre foram contestados tecnicamente pela Secretaria de Saúde. Espero que essa audiência pública acabe de vez com as dúvidas do promotor”. A deputada Rosane Ferreira (PV) - enfermeira e integrante da comissão - destacou que “é preciso aprofundar qualitativamente os dados”. Rosane disse que os questionamentos feitos pelo secretário Gilberto Martins a respeito do relatório do promotor também são os seus questionamentos. “Precisamos aprofundar o assunto antes de fechar um diagnóstico, que pode se revelar impreciso”.O deputado Doutor Batista (PMN), médico e membro da comissão, observou que fica assustado “quando dizem que está morrendo gente por falta de UTI. Muitas pessoas são levadas ao hospital ou ao pronto-socorro para morrer”. Ele questionou o relatório, perguntando se foi feito por auditor médico ou por técnicos que entendem de saúde. Doutor Batista também acha que não é justo criticar o secretário de Saúde que apenas está iniciando em sua função. Ele também destacou que, em saúde, é muito importante levar em conta as gestões anteriores e o que foi feito ou não nos anos anteriores.O deputado Péricles Mello (PT), ex-prefeito de Ponta Grossa, declarou que nos dois primeiros anos de sua gestão a cidade não recebeu nenhum investimento em saúde do governo Jaime Lerner. Nos dois últimos anos, 2003 e 2004, o número de leitos de UTI em Ponta Grossa cresceu de 18 para 36. Ele também questionou porque a gestão atual da prefeitura demorou tanto tempo para fazer a reforma do Hospital da Criança.O representante da Associação Médica do Paraná, José Valêncio Maciel, disse que os números sobre mortes em UTI em Ponta Grossa têm de ser olhados de forma técnica, pelo ângulo da saúde. “O secretário Gilberto Martin tem competência para resolver esse problema na cidade”, destacou. Maciel também mencionou que, na reunião da Comissão de Saúde da Assembléia, deveria estar presente o representante da Prefeitura de Ponta Grossa, “pois é ela que administra a saúde na cidade”.

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