21/03/2006 17h24 | por Kelen Vanzin
Os deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores são favoráveis ao ato político que a Via Campesina promove, amanhã, 21, em Santa Teresa do Oeste, interior do estado. Uma delegação internacional de Biodiversidade e Recursos Genéticos, formada por coordenadores internacionais da Via Campesina e ambientalistas de ONGs, além de representantes do IBAMA, Incra chegam a Santa Teresa do Oeste pela manhã. A manifestação será no acampamento da Via na área da multinacional Syngenta. O deputado estadual Elton Welter é um dos petistas que participa do ato político na região. “Sou solidário à Via Campesina pelas denúncias que tem feito de plantio de transgênicos em locais impróprios e que ameaçam à biodiversidade”, afirma. Os deputados do partido que se manifestaram favoráveis são: o líder da bancada do PT, Ângelo Vanhoni, Elton Welter, Hermes Fonseca, Luciana Rafagnin, Natálio Stica, Padre Paulo, Pedro Ivo Ilkiv, Tadeu Veneri. ContextoA Via Campesina ocupou na última terça-feira, 14, o campo experimental de sementes da multinacional Syngenta Seeds. A empresa é acusada de plantar soja transgênica em área ilegal, na zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu. A área é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco. Mais de 600 integrantes da Via ocuparam e montaram acampamento na área para protestar e chamar a atenção da sociedade para o perigo de contaminação do parque. O Ibama já havia realizado uma vistoria na área, baseado em denúncias de ONGs e da própria Via Campesina. O instituto constatou o cultivo ilegal de soja geneticamente modificada em 12 hectares da área. A prática configura crime ambiental e, como prevê a Constituição de 1988, as terras devem ser desapropriadas para fins de Reforma Agrária. A plantação de transgênico na região também coloca em perigo de contaminação os assentamentos vizinhos.Syngenta SeedsA estrutura da Syngenta Seeds no Brasil é formada por dois centros de pesquisa: um na região de Cascavel (PR) e outro em Uberlândia (MG). Aparelhados com equipamentos de última geração são especializados no desenvolvimento genético de plantas.Mesmo dispondo de tecnologia de ponta, a empresa Syngenta foi responsável pelo maior caso de contaminação genética já comprovada no mundo, segundo a advogada Maria Rita Reis, da ONG Terra de Direitos. Por quatro anos, a empresa comercializou de forma criminosa o milho Bt10 nos Estados Unidos. O produto era vendido como Bt11, sem autorização. O milho transgênico da Syngenta não foi avaliado pelos órgãos reguladores e nem seus efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente. As sementes comercializadas contaminaram o milho exportado para vários países. Reintegração de posseO governador Requião determinou ontem, 20, que a reintegração de posse à empresa Syngenta Seeds não será efetuada até que o governo federal resolva a questão do cultivo ilegal de soja transgênica pela multinacional. Ele participou de reunião com integrantes da Via Campesina e outras entidades. “O melhor que o Estado pode fazer é esperar a decisão do governo federal sobre o plantio ilegal”, afirmou.Cabe a CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – a responsabilidade de avaliar e autorizar as pesquisas, destinando a fiscalização de como e onde serão feitos os plantios ao governo federal., segundo Requião. Roberto Baggio, da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Paraná, propôs uma alternativa para área ocupada: “queremos transformar a propriedade em uma unidade de produção de sementes crioulas, referência para a toda a América Latina”, afirmou.Liderança do PT/PRKelen VanzinAssessora de Imprensa(41) 350-4157(41) 91966533www.pagina13pr.org.br