08/02/2010 18h09 | por Flavia Prazeres - (41) 3350-4188
Temas como ecologia e preservação ambiental poderão fazer parte da agenda de assuntos tratados pelas escolas públicas e privadas. Os deputados aprovaram nesta segunda-feira (08), em primeira discussão, o projeto de lei nº. 224/09, no qual estabelece que as instituições de ensino, por meio de parcerias ou convênios com entidades, possam realizar debates sobre os dois assuntos da área ambiental. Para a deputada Luciana Rafagnin (PT), a inclusão do tema na pauta escolar possibilitará maiores conhecimentos com aqueles que lidam com a terra, assim como daqueles que consomem os alimentos. Ela explicou que o uso desmedido de agrotóxicos traz prejuízos à saúde dos agricultores e das pessoas que consomem os alimentos, o que poderia ser modificado caso todos tivessem consciência. “Muitas vezes o consumidor está se alimentando com produtos inseguros ou com quantidades elevadas de agrotóxicos, e sequer é informado disso”, completou. “A exposição a produtos nocivos, muitas vezes, não é informada pelas empresas que vendem o produto ou pelas empresas que dão assistência técnica. Por isso, os agricultores acabam sofrendo intoxicações e doenças que seriam fáceis de serem evitadas caso eles tivessem acesso a este tipo de informação”, ressaltou. O projeto de lei ainda deve passar por mais votações plenárias antes de ser enviado à sanção ou veto do governador Roberto Requião (PMDB). PROGRAMA – Os temas seriam tratados nas escolas como disciplinas extracurriculares, ou seja, não haveria mudanças no currículo escolar. Para isso as escolas deveriam firmar parcerias com institutos; empresas públicas e órgãos não-governamentais, a fim de disponibilizar conhecimentos sobre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. As atividades técnicas seriam ministradas por meio de palestras, debates ou seminários. Além disso, as escolas poderão levar os alunos a campo para tomarem conhecimento de propriedades agroecológicas da região e alternativas de produção que levam em conta o desenvolvimento sustentável. As instituições deverão manter um feedback com as empresas parceiras, enviando semestralmente os relatórios das atividades realizadas e das metas alcançadas. Os custos para o desenvolvimento do programa serão de responsabilidade da comunidade escolar, podendo buscar recursos junto às entidades parceiras. As escolas terão que manter uma biblioteca atualizada com os temas agroecologia; rotação de culturas; vida alternativa; adubação verde; alimentação natural; cooperativismo; autogestão e reciclagem de lixo, assim como bibliografia sobre a não utilização de agrotóxicos no plantio de culturas. No caso das escolas rurais o projeto de lei determina a realização encontros periódicos bimestrais para a troca de experiências. O programa ainda prevê a produção de produtos orgânicos nas escolas, podendo ser usados para alimentação escolar. As ações desenvolvidas pela escola poderão ser divulgadas pelos meios de comunicação da região, a fim de auxiliar na conscientização ecológica de toda população. As escolas deverão realizar avaliações de forma descritivas com os alunos, possibilitando a troca de experiências e a apresentação de alternativas viáveis para problemas que possam surgir no âmbito agroecológico. A avaliação do aluno deverá levar em conta interesse, atenção e participação nas atividades propostas.