O líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), criticou nesta terça-feira (28) a atitude do governo estadual, por meio da Copel, em demitir funcionários. Serão cerca de mil empregados a serem demitidos da companhia estatal.“Esse governo diz que se preocupa com a crise e a manutenção do emprego, mas na realidade ele não demonstra essa preocupação. Age de maneira contrária”, afirmou.Rusch lembrou que os deputados da Oposição foram acusados de serem contrários a manutenção de empregos ao votarem contrários a Proposta de Emenda Constitucional de autoria do Executivo para evitar a demissão de funcionários em empresas que possuíam benefícios fiscais.“Fomos contrários à PEC por já existir uma lei que regulamenta essa questão, a chamada lei Ratinho Júnior. O que nos surpreende é ver agora o governador que se dizia favorável ao emprego autorizar a demissão de mil funcionários da Copel”, alertou. “Cadê a coerência deste governo?”, questionou.SaláriosDiante do contrassenso da atual administração, o deputado condenou a política salarial adotada e a justificativa para o reajuste do servidor ser tão baixo.“Enquanto o Governo determina um reajuste de quase 15% ao salário mínimo regional a ser pago pelo empresário paranaense, ele manda uma mensagem para a Assembleia propondo apenas 6% de aumento ao servidor estadual”, disse. “O governador diz que é devido a situação econômica. Mas ele, quando determinou o reajuste no setor privado não olhou para esse lado. Não se preocupou com o que vai acontecer com os empresários e seus funcionários”, completou.Para Rusch os trabalhadores paranaenses não terão o que comemorar no próximo dia 1º.“O palco para as comemorações está sendo montado em frente ao Palácio Iguaçu, mas irão comemorar o quê?”, questionou. “O governador vai usar o espaço para dizer que o maior salário mínimo do Brasil é pago aqui no Paraná. Mas não é o governo dele quem paga e sim a sociedade paranaense”, disse lembrando que o salário mínimo regional é recebido somente por àqueles trabalhadores que não possuem acordo coletivo de trabalho firmado entre sindicatos e empregadores.“É uma parcela muito pequena da população que recebe este salário. O mínimo regional sequer é respeitado pelo governo estadual. Professores e policiais tem salário base muito abaixo do mínimo definido por lei”.Rusch citou ainda o projeto que regulamentaria o piso estadual para os professores que foi retirado pelo governador no último dia 8.“Aprovamos o mínimo regional em um dia e no dia seguinte o governador retirou definitivamente o projeto. Os professores foram enganados”, bradou.EmendasO líder oposicionista garantiu que a bancada irá apresentar emendas ao projeto de reajuste salarial dos servidores estaduais.“Estamos estudando quais serão essas emendas. É certo que iremos propor um aumento linear de 15% aos servidores. Temos que ter consistência técnica em nossos argumentos e vamos mostrar tecnicamente que o governo pode dar um aumento maior do que 6%”.Segundo o deputado o governo não infringirá a Lei de Responsabilidade Fiscal ao conceder um aumento aos servidores equivalente ao que foi conferido ao salário mínimo regional.“Em 2008 o governo gastou 42% da receita corrente líquida em folha de pagamento. O limite de gasto é de 49%. Existe sim margem para um reajuste real aos servidores e vamos apresentar esses números”.