Senhor presidente, senhores deputados. Nós, da bancada do PMDB, resolvemos dar cumprimento àquilo que reza o Artigo 47, parágrafo 1º, do nosso estatuto partidário. Praticamente, por unanimidade, decidimos que a bancada deverá votar, esta foi a deliberação no sentido de votarmos a integralidade do projeto de lei 189, que reajusta em 6% os vencimentos dos servidores do estado do Paraná. Olha, o Governo, depois dos mais apurados estudos e dando cumprimento a sua pretensão de recompor os salários dos servidores, chegou a conclusão que neste momento objetivamente decidindo, só poderá praticar um aumento de 6% nos vencimentos dos quase 250 mil servidores estaduais. Estamos tomando esta decisão, poderia dizer até a contragosto, porque se esgotou na realidade, através da liderança do Governo e dos argumentos de todos os outros deputados, aquela pretensão de trabalharmos no sentido de darmos apoiamento ao Governo. Como um Governo se sustenta se não tem a compreensão e a posição clara dos seus membros? Então, o Estatuto Partidário, ele dá os instrumentos para que a bancada, o partido como um todo, possam tomar as decisões que são as mais apropriadas neste momento. Qual o deputado nesta Casa que não gostaria de apresentar emendas dando enormes aumentos a todos os nossos servidores? Mas, tem hora que a demagogia de uns, o populismo de outros, acabam se fazendo presentes. E não é desta maneira que, no nosso entendimento, devemos agir. O governador do Estado já sinalizou de maneira muito clara no sentido daquilo que é possível fazer aqui no Estado do Paraná neste momento. E não existe, a bem da verdade, nenhuma relação com aquele aumento de 14,9%, que diz respeito à alteração do salário mínimo e apenas e tão somente. O Estado não tem condições de suportar este aumento que alguns, ou pelo menos um, pretende ver aprovado. Não é fácil falar e agir desta maneira. Seria muito mais fácil para todos nós, aparecermos como aqueles que estão fazendo com que haja aumentos enormes para os servidores. Imaginem Vossas Excelências, deputados e deputadas, fui três vezes prefeito da cidade de Arapongas. Na última vez que lá estive comandando a cidade, de 1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996, a minha administração praticou 48 aumentos. Basta, para aqueles que não queiram acreditar, se dirigir à Câmara dos Vereadores e pedirem as mensagens que todos os meses enviava a Câmara Municipal de vereadores: 48 aumentos. O que é que eu fazia? Eu sucedia um prefeito que praticou o arrocho salarial, poderia dizer, que humilhou os servidores municipais e fiz esta política, criei condições para agir dessa maneira. Mas, deputados que aqui estão me ouvindo nesta tarde, aqui mesmo nesta Assembleia, durante oito anos do Governo (Jaime) Lerner, nunca vi chegar aqui uma mensagem dando sequer 1% de aumento em longuíssimos e duradouros oito anos. Então, não é simpático falar o que estou falando, mas é verdadeiro. Como que nós vamos agir caminhando na direção oposta daquilo que a realidade nos obriga a fazer neste momento? Mas, ser governo, muitas vezes, é você carregar o fardo, se este é um fardo, que não o considero assim, conjuntamente. Então, esta questão deveria se espraiar sobre outra questão que julgo mais ampla, que é a questão dos partidos, da fidelidade partidária, do encaminhamento que todos os partidos devem fazer para os seus militantes, para os seus membros, para os seus vereadores, para aqueles que conquistaram nas urnas o direito de representar parcela da população, porque não é possível vermos ministros que falam determinada coisa quando são candidatos, se elegem e depois no exercício do Ministério ou Secretarias, descumprem tudo aquilo que propuseram aos eleitores. Talvez esteja aí uma das razões do descrédito em que muitas vezes cai a chamada classe política. Então, volto a repetir, o PMDB fechou questão em relação a esta matéria e através do fechamento de questão os deputados do partido deverão votar, na sua integralidade, volto a repetir, o projeto de lei do Poder Executivo que foi enviado a esta Casa. E o governador do Estado já sinalizou também hoje na Escola de Governo, aqueles que querem fazer parte do Governo devem defender, devem apoiar e devem caminhar juntamente com o Governo, se não na hora do beneficio são Governo, na hora que aparece uma dificuldade, dissentem e cruzam estradas que não são aquelas que devem ser caminhadas por todos nós. Fica aí, de maneira muito clara uma decisão que poderia dizer aqui foi tomada até por unanimidade da Comissão Executiva, do Diretório Regional e pelo conjunto de deputados estaduais do PMDB. Muito obrigado!