(*) Waldyr Pugliesi A febre aftosa sempre foi sinônimo de temor e prejuízo para os nossos pecuaristas e também outros setores agrícolas. Por isso é necessário um amplo envolvimento de todos nesta cruzada para erradicar de vez este mal do Paraná. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a SEAB, informou que inicia neste dia 1º de novembro, a segunda etapa da campanha estadual de vacinação contra a febre aftosa. Mas atenção, este trabalho vai até o próximo dia 20, por isso é fundamental vacinar todos os rebanhos, bovinos e bubalinos (búfalos). No Paraná, segundo estimativas da Secretaria de Agricultura, existem aproximadamente 9,5 milhões de cabeças de gado e búfalo e as penalizações para quem não aderir a campanha não serão brandas. O produtor que não vacinar seus animais estará sujeito a multas acima de R$ 81 para cada espécime não vacinado. É preciso atingir a meta de 100% do rebanho vacinado. Estamos cientes do momento de crise econômica e instabilidade no mercado internacional, mas isso não pode ser usado como desculpa para negligenciar a sanidade agropecuária no Estado. Este procedimento é essencial para garantir espaço para comercialização dos nossos produtos no mercado externo. Vale lembrar que recentemente o Paraná recebeu autorização para vender carne in natura no mercado internacional, o que possibilitou a exportação de janeiro a setembro deste ano de mais de 19,5 mil toneladas do produto, chegando a um faturamento de US$ 68,4 milhões. No ano passado, quando nossos rebanhos ainda estavam sob suspeita, o volume exportado no mesmo período chegou a 7,4 mil toneladas de carne in natura, com faturamento de US$ 14,1 milhões. Não é só o setor pecuário que se beneficia com a erradicação da febre aftosa. De acordo com os dados da SEAB, de janeiro a setembro de 2008 as agroindústrias avícolas paranaenses exportaram 671.963 toneladas de carne de frango, volume 8,95% maior que o observado em igual período do ano passado, quando foram exportados 616.772 toneladas. As vendas paranaenses de carne de frango renderam US$ 1,199 bilhão, crescimento de 45,24% sobre a receita cambial de igual período de 2007 (US$ 825,79 milhões). Mas não basta apenas a iniciativa do Governo do Estado, através da SEAB. É preciso que haja uma parceria muito forte com a iniciativa privada, representada principalmente nos Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária. É importante ressaltar que recentemente foi feito um trabalho de reorganização destes conselhos, de forma a permitir uma participação efetiva de todos nas campanhas de combate à febre aftosa. Agora, convenhamos, é muito mais barato para todos os agricultores vacinar os animais, mesmo aqueles que têm poucas cabeças na propriedade. A própria SEAB, em carta aberta à sociedade, pede um envolvimento maciço dos produtores nesta segunda etapa da campanha de vacinação. Outro dado que não pode passar despercebido é que o sistema do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento já permite ao Paraná a exportação de animais. Hoje são 14 propriedades paranaenses habilitadas a exportar para o mercado europeu e se todos se envolverem nesta ação, em breve novas propriedades poderão ser incluídas na lista.(*) Waldyr Pugliesi é deputado estadual, líder do PMDB na Assembléia Legislativa e presidente do Diretório Estadual do PMDB.