O líder do PFL, Plauto Miró Guimarães, se solidarizou hoje (16) com o jornalista e empresário Francisco Cunha Pereira Filho, da Rede Paranaense de Comunicação (RPC), criticado publicamente pelo governador Roberto Requião pela publicação de entrevista com o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, no jornal “Gazeta do Povo”, o que teria desagradado ao governo. Os ataques do governador aconteceram na última segunda-feira, durante solenidade no Palácio Iguaçu, e foram repetidos na terça-feira, na “Escolinha do Requião” (reunião semanal com secretários do governo).“O grupo RPC sempre apresentou uma postura de independência em seus veículos de comunicação, divulgando matérias com boas e más ações das nossas administrações estaduais, prestando um grande serviço ao nosso Estado. No entanto, cada vez que o jornal ‘Gazeta do Povo’ critica o governo ou abre espaço para deputados da oposição, o governador dispara sua metralhadora giratória contra esse empresário de comunicação”, disse Plauto.O deputado Élio Rusch (PFL) lembrou ainda que “os veículos do Dr. Cunha Pereira foram responsáveis por amplas campanhas para que os municípios lindeiros do Oeste paranaense passassem a receber os royalties de Itaipu”. “A contribuição do Dr. Cunha Pereira ao desenvolvimento do Paraná é inquestionável”, completou o deputado.O governador também ameaçou retaliar comercialmente o grupo RPC. Segundo ele, as críticas ao seu governo vão impedir que o Estado libere verbas de comunicação ao grupo RPC. “O atual governo acaba de concluir uma licitação que escolheu cinco agências de propaganda para gastar R$ 70 milhões em propaganda neste ano. Se o maior grupo de comunicação for excluído da mídia técnica, o que vai sobrar será apenas uma farra publicitária para os amigos do rei”, afirmou o líder do PFL.As agências indicadas para atender ao governo são a RBA, a Trade, a JL Position, a McCann Ericsson e a Nedec, esta com sede em Campo Grande (MS). Cada uma vai gerir uma verba de R$ 14 milhões. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira pela comissão de licitação do governo.“O que está claro é que o governador pretende intimidar a imprensa e governar por discursos, mas a oposição estará vigilante. Os órgãos de imprensa não podem se deixar intimidar, assim como a RPC não o fará”, concluiu Plauto Miró Guimarães.