
O objetivo, de acordo com Rossoni, é colaborar para o esclarecimento dos fatos, uma vez que a nomeação aconteceu sem qualquer consentimento do parlamentar, entre 2003 e 2005. “Buscamos informações na Casa. E não há qualquer documento que eu tenha assinado em relação a este episódio. Melhor do que uma investigação interna, é trazer esta documentação ao Ministério Público”, disse.
De acordo com o presidente, embora a Procuradoria Geral da Assembleia esteja analisando o caso, levar ao conhecimento do Ministério Público as informações já levantadas vai permitir uma investigação mais apurada e isenta. Rossoni lembra ainda que o protocolo de exoneração da mãe do ex-diretor refere-se a uma passagem área. “Queremos que o Ministério Público nos ajude neste caso. Não queremos autoproteção, e justamente por isso estamos trazendo documentos”.
Colaboração - Na avaliação do procurador-geral de Justiça, a iniciativa do presidente Rossoni facilita os trabalhos de investigação e colabora na apuração dos fatos. Para ele, havendo qualquer indício de irregularidade, o papel do Ministério Público é justamente apurar com rigor as denúncias. “Com os documentos entregues hoje, certamente vai facilitar. Ninguém está isento de uma investigação do Ministério Público e se for necessário, vamos solicitar outros documentos à Assembleia Legislativa”, afirmou Sotto Maior Neto.
Conversa com jornalistas - Falando mais tarde aos jornalistas, o presidente da Assembleia garantiu que não assinou nem o pedido de contratação e nem a exoneração de Hellena Luisa Vale Daru, mãe do ex-diretor administrativo da Casa, Altair Carlos Daru, afastado preventivamente da função na última quinta-feira (28). De acordo com notícias veiculadas na sexta-feira (29), Hellena teria sido funcionária da Assembleia, lotada no gabinete de Rossoni, entre 2003 e 2005.
“Não tem nenhum documento que diz que ela estava no meu gabinete. Para saber de algo, você tem que praticar o ato, tem que assinar. Se eu tivesse assinado o pedido de nomeação, se tivesse assinado o pedido de exoneração, é lógico que eu tinha que ter conhecimento. Por mais que, às vezes, você assine calhamaços de documentos. Mas eu não assinei. Eu não posso ter conhecimento do que não existe”, afirmou Rossoni.
“Para vocês terem uma ideia, o ato de exoneração cita o número de um protocolo (Ato da Comissão Executiva 365/05). Aí você vai buscar o protocolo e sabe o que tem lá: uma passagem aérea da Trípoli (agência de viagens). É uma barbaridade. Hoje nós temos todas as informações de nomeações de servidores, mas antigamente era o que era. Eu não quero justificar também pela desorganização. Se eu não tinha conhecimento é porque não existe nenhum documento que pediu a nomeação e a exoneração”, enfatizou o deputado.