Pugliesi propôs a criação de um projeto de nação para o partido até as eleições presidenciais de 2010. “Sempre defendi que o diretório nacional tem a obrigação de fazer a formulação de um projeto de governo, um projeto para a nação”.Pugliesi destacou ainda que o partido adote uma posição clara em relação à política econômica do país e as reformas tributária, política e agrária. “Todas estas questões são fundamentais para fazer a transformação no sentido de caminhar celeremente na direção do amanhã, do futuro”, disse. Confira a seguir trechos da entrevista com o deputado.Como o senhor analisa a convenção do PMDB no último domingo (11) e de que forma ela vai refletir no futuro do partido?Waldyr Pugliesi – A convenção, logicamente tem uma grande importância não só para o PMDB, mas se ela pretender realmente, pode fazer com que possamos no futuro termos a possibilidade de chegar ao poder. Pessoalmente sempre defendi que o Diretório Nacional do partido tem a obrigação de fazer a formulação de um projeto de governo, um projeto para a nação. O que é que pretendemos? Pretendemos eleger o presidente da República em 2010. O que penso em relação a isto? Não adianta a gente ter um arco de coligações, uma coalizão tão ampla que faça um arco ideológico desde a extrema-esquerda à extrema-direita. Não é assim que se governa.Dentro desta análise, como o partido deve ser conduzido dentro neste processo?O povo, através das urnas, dos votos, faz uma opção pelas propostas que lhe são apresentadas. Então você, ganhando as eleições, tem que fazer concretamente o estabelecido nas propostas. Por exemplo, o que é que pensa o PMDB na sua maioria a respeito do Banco Central? Acho que o BC tem que ficar sob controle público, não como agora, que faz um jogo dos interesses particulares. O que é que pensa, por exemplo, o partido em relação a todas estas questões que estão postas aí. As reformas tributária, política, agrária... todas estas questões são fundamentais para fazer a transformação no sentido de caminhar celeremente na direção do amanhã, do futuro.Então o senhor defende a segregação do PMDB em relação aos demais partidos?O partido precisa ter uma definição clara dentro dele, mesmo que venha a abrigar tendências diferenciadas. É preciso que haja, através de uma maioria muito clara, a escolha das políticas públicas que precisam ser implementadas. Não adianta você ser permissivo, omisso em muitas questões porque aí não resolve o problema. Então nós temos aí a política comandado pelo presidente Lula em relação a questão dos juros. Todo mundo fala que os juros são absurdos, mas continuam seguindo mais ou menos o mesmo caminho que era seguido o governo Fernando Henrique Cardoso.Como o senhor analisa a eleição do deputado Michel Temer?O PMDB na convenção fez com que o Temer fosse reeleito. Pessoalmente gosto de deixar muito clara a minha posição e preferia que o presidente fosse o (ex-ministro) Nelson Jobim porque acreditava que ele sim, num curto espaço de tempo, poderia formatar esta política que queremos ver implantada por um governo nacional, democrático e popular.Em 2010 o PMDB terá condições de disputar a presidência?Acredito que o PMDB possa ter candidato à presidência da República. Não é hora da gente estar falando de nomes, mas aqui mesmo o Paraná temos o nosso companheiro Roberto Requião. Agora é preciso que se faça a construção de uma ampla coalizão com partidos assemelhados ao PMDB, porque senão você descaracteriza a proposta. O PMDB pode sim ter a cabeça de chapa em 2010 e nós não podemos esquecer que teremos seguramente, vamos dizer, um segundo turno, então os partidos podem colocar suas propostas à nação através de candidatura própria e se não for possível fazer coligação o primeiro, faz no segundo turno.Como deve se comportar a estrutura partidária do PMDB até a próxima eleição à presidência?Quero dizer o seguinte, já estou cansado de ver todos os anos esta perspectiva de termos um candidato competitivo, forte e que possa implementar esta política que todos queremos e na hora das coisas, a gente vê que as coisas não caminham desta maneira. Os partidos existem para tentar chegar ao poder, é isto que defendemos fazer daqui para a frente.