O depoimento do diretor regional da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, à Comissão Especial de Investigação (CEI) do Pedágio confirmou a disposição das concessionárias em negociar com o governo formas de baixar a tarifa no Paraná. A sessão desta terça-feira encerrou a fase de audiências da comissão, que pretende apresentar o relatório final nos próximos 15 dias.O passo seguinte, de acordo com o presidente da CEI, deputado Fabio Camargo (PTB), é agendar as reuniões para discutir acordos. “As discussões devem ser feitas entre os técnicos do DER, representando o governo, e cada uma das concessionárias. Cada trecho deve ser discutido separadamente, uma vez que as realidades são diferentes nas diversas rodovias do Estado”, explicou.No depoimento, João Chiminazzo traçou um histórico da implantação do pedágio no Paraná e apresentou os números das empresas, de movimento, investimentos e receitas. “Toda os contratos foram praticamente desmontados em 1998, quando o governo baixou unilateralmente as tarifas em 50%. Isso provocou um desequilíbrio que se mantém até hoje”, disse.Outro ponto abordado pelo diretor da ABCR foi a comparação dos modelos de pedágio implantados em 96 e os atuais, que possibilitaram tarifas muito menores. “Os tipos de contratos são completamente diferentes e as realidades econômicas também não podem ser comparadas”, afirmou.No entanto, João Chiminazzo disse que todas as concessionárias estão dispostas a negociar e garante que existem meios para que as tarifas sejam diminuídas. “Desde que haja boa vontade das duas partes, existe sim a disposição de realizarmos mudanças nos contratos”, disse.Fabio Camargo garante que o relatório a ser preparado pelo deputado Plauto Miró (DEM), relator da comissão, vai indicar o caminho da negociação. “O importante é que o usuário seja o beneficiado. O papel dos deputados, agora, deverá ser o de cuidar para que haja menos politicagem e mais discussões técnicas”, concluiu.
