O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Nelson Justus, apresentou nesta segunda-feira (12), em Plenário, dois projetos de resolução que suspendem o pagamento de salários de funcionários comissionados da Casa que não se recadastrarem até a próxima sexta-feira (16) e exoneram todos os servidores que ocupam cargos e funções de provimento em comissão. A decisão foi tomada pela Mesa Diretora da Casa.As medidas têm como base a Lei Estadual n.º 16.390, que define as diretrizes de um projeto de transparência e transforma os cargos do quadro próprio do Poder Legislativo do Estado. A referida lei foi sancionada pelo então governador Roberto Requião e entrou em vigor no último dia 17.“Esses dois projetos de resolução fazem parte de um amplo plano de transparência administrativa que contempla, dentre outras medidas, o recadastramento e o reenquadramento de todos os servidores da Casa”, disse Justus. O presidente lembrou que demissão dos servidores comissionados está assegurada no artigo 27 da Constituição Estadual que determina que cargos de provimento em comissão são de livre nomeação e exoneração.Depois de apresentados, os dois projetos de resolução foram encaminhados à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde terão sua constitucionalidade e legalidade analisada pelos deputados, nesta terça-feira (13). Só depois, as resoluções entrarão na pauta de votação dos parlamentares, em Plenário.Projeto de Resolução – De acordo com um dos projetos de resolução, o funcionário comissionado que não se recadastrar até a próxima sexta-feira terá suspenso o pagamento do salário de abril, pago no último dia útil do mês. Quem, por força maior, como doença ou férias, por exemplo, deixar de fazer o recadastramento até a data fixada, poderá requerer a revogação da suspensão até o próximo dia 26.Nesse caso, o servidor deverá protocolar o requerimento na Comissão Especial de Enquadramento e Recadastramento de Funcionários da Assembleia. Para isso, deverá apresentar documentos que comprovem o problema que o impediu de se recadastrar no prazo determinado, além dos documentos pessoais. A Comissão terá um prazo de 48 horas a contar da data do seu protocolo para analisar os requerimentos.O segundo projeto de resolução determina a exoneração de servidores lotados em cargos e funções de provimento em comissão. A exoneração acontecerá a partir do próximo dia 30, quando todos os cargos serão declarados vagos. O deputado Durval Amaral (DEM), que faz parte do grupo que desenvolve o plano de transparência administrativa da Casa, diz que a Lei n.º. 16.390/10 determina a implantação de uma nova nomenclatura e simbologia dos cargos do quadro próprio do Poder Legislativo. “Com a nova lei, todos os funcionários comissionados serão exonerados e depois, muitos deles, recontratados em seus devidos locais de atuação”, explicou.O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembleia, elogiou as medidas propostas pela Mesa Diretora. “Duas medidas moralizadoras, que em consonância com a Lei nº. 16.390, irão redefinir a estrutura dos servidores, estabelecendo a simbologia e os valores de forma absoluta e transparente”.O peemedebista disse ainda que haverá um enxugamento e que certamente representa um “momento histórico” de gestão, porque a partir da adoção da lei será definido o número de cargos nos gabinetes e nos setores administrativos da Casa. “No caso dos gabinetes não poderá haver mais de 23 pessoas trabalhando para os deputados”, exemplificou.